domingo, 23 de dezembro de 2012

Investir só no que você conhece é um erro


Caro leitor,

Conforme combinamos, prossigo com o objetivo de detalhar os seis principais erros cometidos pelo investidor iniciante. Abordá-los tem sido muito bom também para mim, já que posso compartilhar com vocês aquilo que vivi e passei antes de conseguir transformar meu dinheiro em um aliado rumo à independência financeira.

Durante meus primeiros anos de investimento, percebi que tinha a tendência de escolher o caminho mais simples e menos desafiador. Isso significava investir pedindo conselhos aos meus pais e familiares. Acontece que muitos deles simplesmente não tiveram oportunidades de maximizar seus ganhos através de aplicações como bolsa de valores, Tesouro Direto e Fundos de Investimento Imobiliário (FII), para ficar em alguns exemplos. Tais opções ou não existiam ou estavam disponíveis apenas para investidores diferenciados. 

Erro 2: Investir só no que você conhece.
Todos nós temos um histórico relacionado ao aprendizado de finanças pessoais e investimentos. Grande parte de nosso conhecimento vem do que aprendemos com os pais e pessoas mais próximas, bem como a partir de nossas experiências (positivas e, sobretudo, negativas). Os dias atuais exigem uma postura diferente em relação ao dinheiro - explico isso melhor no ebook "Educação Financeira: um estilo de vida" .

O Brasil era outro antes da chegada do Plano Real e do amadurecimento de nosso mercado financeiro como um todo. Assim, eu era influenciado a manter parte do dinheiro na poupança, investir em fundos bancários ou partir para os imóveis, que eram considerados investimentos de maior risco. E só. Por algum tempo, esse era todo o meu conhecimento de investimentos.

Então decidi investir em minha formação e parti para a leitura incansável de livros, artigos e revistas da área. Fiz contato com diversos profissionais e aumentei o leque de alternativas de investimento à minha disposição. Quero dizer, eles sempre estiveram disponíveis, mas eu não tinha informação complementar alguma sobre como aproveitá-los em meu portfólio. Decidi mudar essa realidade.

Cito dois exemplos clássicos de falta de informação:

1. Renda fixa
Para muitos, investir em renda fixa é simplesmente colocar dinheiro em um fundo conservador indicado pelo gerente bancário. Para minha sorte, descobri que comprar títulos do governo pode render muito mais. O Tesouro Direto permite que qualquer cidadão brasileiro possua títulos atrelados à Selic (taxa básica de juros). Ora, por que pagar taxa de administração ao banco se podemos comprar os mesmos títulos diretamente? O economista Humberto Veiga, amigo e especialista na área, tem um excelente ebook sobre isso, chamado "O Essencial Sobre Tesouro Direto" .

2. Renda variável
Alguns parentes de idade mais avançada não suportam que eu mencione o mercado de ações como parte de minha estratégia de investimentos. Costumo escutar frases tipo"Lá só existem especuladores" ou "Isso está mais pra jogo, cassino, que investimento". Soa familiar? A realidade é outra: o mercado de ações é a forma mais barata de uma empresa financiar-se, já que ao lançar ações ela quer sócios que acreditem nela (e não dinheiro emprestado e que deverá ser devolvido com juros). Ou seja, é fundamental para o crescimento do país como um todo. Nós temos inúmeros videos explicando o mercado de ações, assista em www.youtube.com/dinheirama.

Reflexão
Faça uma avaliação de sua situação seguindo este breve roteiro:
·  Onde você investe seu dinheiro atualmente?
·  Por que escolheu esta(s) alternativa(s)?
·  A rentabilidade acumulada satisfaz seus objetivos?
·  Você cria justificativas ou inventa dificuldades para não investir em outro produto, preferindo usar o dinheiro para consumir?
·  Faria diferente se tivesse mais conhecimento relacionado a investimentos?
·  Será que não é possível investir melhor?

Curiosidade: os pesquisadores Trond M. Døskeland, da Norwegian School of Economics and Business Administrations, e Hans K. Hvide, da Aberdeen Business School, publicaram o estudo “Do Individual Investors Have Asymmetric Information Based on Work Experience?”, que mostra que as pessoas que investem apenas em ações a que estão profissionalmente ligadas não conseguiram obter melhores resultados que a média do mercado.

Investir só nos produtos que já conhecemos traz alento e permite facilidades na tomada decisões, é verdade. No entanto, agir sempre assim pode levá-lo ao vicio de investir em alternativas cada vez menos rentáveis, deixando de lado verdadeiras oportunidades de multiplicar seu patrimônio. É hora de aprender mais!


Por Conrado Navarro Sócio-Fundador do Dinheirama.com