segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A quem interessa atacar a UFRJ?


Assistimos indignados à matéria veiculada no Fantástico. O ataque feito ao falecido reitor, Aloisio Teixeira, fere os mais elementares princípios éticos. Não resta dúvida que sua ação para expansão da universidade pública e sua cruzada em prol do acesso das populações historicamente excluídas do ensino superior ainda incomoda a muitos privilegiados.
Chama-nos atenção que os cidadãos mencionados na matéria tenham tomado conhecimento de Ação Civil Pública através de um e-mail enviado pela direção de jornalismo da TV Globo à Reitoria da UFRJ, no dia 16 de novembro, e não através dos meios oficiais. Salientamos que até o momento da veiculação da matéria, nenhuma das pessoas citadas havia recebido qualquer notificação oficial, o que contraria os mais elementares princípios democráticos.

Sobre o contrato UFRJ-Banco do Brasil e sua relação com a Fundação Universitária José Bonifácio

Como reconhecido pela própria reportagem, a UFRJ sustenta ser um equívoco a interpretação da comissão da CGU de que o contrato entre a Universidade e o Banco do Brasil é irregular. Reafirmamos que a contratação do Banco do Brasil foi feita de forma absolutamente legal, com necessário parecer favorável da Procuradoria Geral da UFRJ. A participação de fundação de apoio é uma prática comum a todas as universidades federais, não sendo exclusividade da UFRJ, e tem total amparo legal. A versão da comissão da CGU gera completa insegurança jurídica para todas as universidades federais do país.

Contratação de serviços
A UFRJ teve acesso ao termo de defesa e constatou que em outubro de 2010, a Universidade se empenhou para participar de edital da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Ensino Superior), e para isso contratou a Turbulência Consultoria, que se responsabilizou pela criação de um website institucional com a qualidade e prazo exigidos.

“Notas frias”
A matéria menciona a existência de duas supostas notas frias (valor total de aproximadamente R$10 mil) e incrimina o então chefe de gabinete do reitor Aloisio Teixeira. A reportagem poderia ter apurado melhor este fato, pois a empresa Ferragens Matoso de fato existe e apenas mudou de endereço (da Rua do Matoso, para a Rua Barão de Iguatemi). A reportagem acaba por repetir as falhas do relatório da CGU, que não considerou as respostas documentadas pelo servidor, que demonstrou de forma categórica não se tratarem de notas frias.

Contratação de buffet
Em relação à 1000 Mark Buffet, a reportagem não mencionou que a questão já é objeto de uma comissão de sindicância instaurada pela universidade, conforme comunicado pela UFRJ à emissora, através de nota, enviada no sábado, 17 de novembro.

Residência estudantil
Como também informado previamente à emissora, a UFRJ abriu licitação para obras de reforma geral da Residência Estudantil no dia 12 de novembro deste ano. Os recursos destinados à ação somam R$ 11 milhões e o prazo estimado para conclusão das obras é de 20 meses.

Hospitais Universitários
A dificuldade vivenciada pelo Hospital Universitário Clementino Fraga Filho - HUCFF faz parte de um contexto que atinge todos os hospitais universitários federais. O HUCFF vem passando por obras de reparo em quase todos os andares (cerca de R$19 milhões), com destaque para reparos estruturais, ansiados há anos por todos que utilizam o hospital. No Hospital-Escola São Francisco de Assis, está em curso um conjunto de obras de recuperação parcial de sua estrutura, no valor total de R$ 12,6 milhões de reais.

Considerações finais
Mesmo antes de conhecido o resultado final, cabe esclarecer que o relatório da comissão constituída no âmbito da CGU deixa claro que, em nenhum dos casos sob exame, houve dolo, o que significa que todos nossos servidores e dirigentes agiram no interesse do serviço público. A Universidade aguarda confiante o resultado do processo na esfera administrativa.

Reitoria -Universidade Federal do Rio de Janeiro

Fonte: http://www.planetauniversitario.com