sexta-feira, 30 de novembro de 2012

A hora da verdade para Lula e o PT


Caros leitores,
pelos comentários enviados até agora, dá para perceber como o tema do texto abaixo provocou opiniões polêmicas, com muitos discordando de mim, o que só mostra duas coisas: a riqueza da democracia e do debate na internet, em que não há espaço para a unanimidade, ao contrário do que ocore com o pensamento único da grande imprensa.

Só esqueci de responder uma coisa ao leitor Fernando Aleador, que me levou a escrever este post: imparcialidade não existe no jornalismo.

Todos os jornalistas e donos de meios de comunicação têm lado. Só escrevo o que penso e sinto, sem pedir licença nem querer agradar ou desagradar a ninguém.

Nem precisava dizer isso para quem acompanha meu trabalho há quase 50 anos, mas para os que estão chegando agora é bom repetir: meu lado é o do Lula, do PT e o da maioria do povo brasileiro, que venceu 500 anos de opressão e hoje vive num país melhor e mais justo.

"Por que o bloguista inexplicavelmente não conta nada sobre Rosemary e o possível envolvimento do ex-presidente Lula em algumas operações ilícitas? Aonde está a sua imparcialidade de jornalista?", pergunta o leitor Fernando Aleador, em comentário enviado às 04h57 desta sexta-feira.

Tem toda razão o leitor.

Demorei para escrever e dar esta resposta porque, para mim, estes últimos foram os dias mais difíceis da minha já longa carreira, posto que os fatos envolvem não só velhos amigos meus, como é do conhecimento público, mas um projeto político ao qual dediquei boa parte da minha vida.

Simplesmente, não sabia mais o que dizer. Ao mesmo tempo, não podia brigar com os fatos nem aderir à guerra de extermínio de reputações e de desmonte da imagem do ex-presidente Lula e do PT que está em curso nos últimos meses.

A propósito, escrevi no começo de novembro um texto que se mostrou premonitório sob o título "O alvo agora é Lula na guerra sem fim", quando o STF consumou a condenação dos ex-dirigentes do PT José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares.

De uma hora para outra, a começar pelo julgamento do mensalão, até chegar às revelações da Operação Porto Seguro, o que era um projeto vitorioso de resgate da cidadania reconhecido em todo o mundo levou um tiro na testa e foi jogado na sarjeta das iniquidades.

"O que me intriga é saber por que agora, por que assim e por que tamanha insistência. É claro que o esforço para acabar com a corrupção é legítimo e louvável, mas não terminaram recentemente de sangrar o PT até a entrada do necrotério? Quem estaria sedento por mais?", pergunta-se a colunista Barbara Gancia, na edição de hoje da Folha, e são exatamente estas as respostas que venho procurando para entender o que está acontecendo.

Talvez elas estejam na página A13 do mesmo jornal, em que se lê: "FHC acusa Lula de confundir interesses públicos e privados". Em discurso num evento promovido pelo PSDB no Jóquei Clube de São Paulo, na quinta-feira, o ex-presidente pontificou, mesmo correndo o risco de falar de corda em casa de enforcado:

"Uma coisa é o governo, a coisa pública, outra coisa é a família. A confusão entre seu interesse de família ou seu interesse pessoal com o interesse público leva à corrupção e é o cupim da democracia".

Sem ter o que propor ao eleitorado, após sofrer três derrotas consecutivas nas eleições presidenciais, e perder até mesmo em São Paulo na última disputa municipal, o PSDB e seus alíados na mídia e em outras instituições nacionais agora partem para o vale-tudo na tentativa desesperada de eliminar por outros meios o adversário que não conseguem vencer nas urnas.

Nada disso, porém, exime o ex-presidente Lula e o PT de virem a público para dar explicações à sociedade porque não dá mais para fazer de conta que nada está acontecendo e tudo se resume a uma luta política, que é só dar tempo ao tempo.

A bonita história do partido, que foi fundamental na redemocratização do país, e a dos milhões de militantes que ajudaram a levar o PT ao poder merecem que seus líderes venham a público, não só para responder a FHC e às denúncias sobre a Operação Porto Seguro publicadas diariamente na imprensa, mas para reconhecer os erros cometidos e devolver a esperança a quem acreditou em seu projeto político original, baseado na ética e na igualdade de oportunidades para todos.

Chegou a hora da verdade para Lula e o PT.

É preciso ter a grandeza de vir a público para tratar francamente tanto do caso do mensalão como do esquema de corrupção denunciado pela Operação Porto Seguro, a partir do escritório da Presidência da República em São Paulo, pois não podemos eternamente apenas culpar os adversários pelos males que nos afligem. Isso não resolve.

Mais do que tudo, é urgente apontar novos caminhos para o futuro, algo que a oposição não consegue, até porque não há alternativas ao PT no horizonte partidário, para uma juventude que começa a desacreditar da política e precisa de referências, como eu e minha geração tivemos, na época da luta contra a ditadura.

Conquistamos a democracia e agora precisamos todos zelar por ela.

Por  Ricardo Kotscho – Fonte: http://noticias.r7.com/blogs/ricardo-kotscho/

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O inferno astral da estrela branca ... será?


Uma estrela branca, de cinco pontas, sobre fundo vermelho. Vermelho bombeiro. Vermelho Coca-Cola. Vermelho do Boi Garantido. Vermelho bolchevique. Vermelho total. Uma estrela branca emoldurada de vermelho.

Convenhamos, não era um símbolo que primasse pela originalidade ou pela ousadia. Não era inusitado, não era inventivo, era apenas óbvio. Mesmo assim, foi ele que vingou. Na falta de um logotipo mais profissional, mais publicitário (a indústria do marketing só chegaria mais tarde àquelas plagas), foi esse o símbolo adotado pelo Partido dos Trabalhadores, o PT, bem no seu início, no começo dos anos 80: uma estrela branca, banal, sobre fundo vermelho.

Diz a lenda que quem costurou a primeira bandeira do partido foi dona Marisa Letícia, em pessoa, a mulher do líder metalúrgico de cognome Lula, astro maior do partido da estrela. Desde então, a marca do PT ficou inscrita no DNA da democracia que sobreveio à ditadura militar no Brasil. Não dá para entender o Brasil de hoje sem entender o PT e sua estrela. O PT é um dos construtores, se não o principal, do Estado de Direito em que hoje vivemos por aqui. A começar da derrubada da ditadura.

Foram as greves do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, lideradas por Lula, que puseram contra a parede o aparato repressivo do regime militar, forçando o recuo definitivo. Mais tarde, a campanha por eleições diretas, as Diretas-Já, que levou milhões de cidadãos às ruas em 1984, tinha José Dirceu na organização logística de todo o movimento - revelava-se ali o estrategista e empreendedor arguto, ambicioso e brilhante, o principal articulador da máquina partidária e do que ele gostava de chamar de "arco de alianças" que conduziria Lula à Presidência da República em 2002. Em 1988, a nova Constituição brasileira saiu do Congresso com a inconfundível impressão digital da estrela branca sobre fundo vermelho.

A história é conhecida. Está aí para ser vista e reconhecida. Gerações de excelentes quadros políticos se formaram na militância de esquerda e, cedo ou tarde, acabaram passando por organizações clandestinas e pelas instâncias do PT, onde aprenderam quase tudo o que sabem. São gestores públicos, intelectuais, parlamentares, até mesmo jornalistas, veja você, alguns já passados dos 80 anos, outros ainda na casa dos 30, que conheceram o Brasil e seus excluídos desfraldando a bandeira vermelha com a estrela branca. Aprenderam política no PT. Nos movimentos sociais, aprenderam a solidariedade, a justiça, a disciplina, a ousadia. Depois, no exercício de cargos públicos, aprenderam que a competência técnica não pode esperar, conheceram os estilos de governança e o imperativo da conciliação.

O PT alcançou o poder, abrandou o sectarismo e, mais maduro, ajudou então a moldar as próprias instituições da República, com acertos notórios. No Supremo Tribunal Federal (STF), hoje tão rigoroso e elogiado, a maioria dos atuais ministros foi indicada por governantes petistas. A Polícia Federal, hoje tão implacável e festejada, cresceu e se fortaleceu sob governos petistas. O Estado brasileiro está melhor, o que também é mérito da estrela branca sobre fundo vermelho.

A despeito de um muxoxo aqui, de um nariz torcido acolá, todo mundo sabe disso. Os agentes políticos, os de direita e os de esquerda, têm plena noção de que o protagonista maior da evolução democrática pós-ditadura atende pelo nome de Partido dos Trabalhadores. Só quem parece não estar à altura desse fato histórico é, ironicamente, o próprio PT. Com reações destemperadas, como que regurgitadas de uma adolescência que já passou, mostra que talvez não entenda bem o seu próprio papel e o seu próprio lugar.

A pior dessas reações foi a conclamação de uma onda de manifestações públicas em protesto contra decisões do Supremo Tribunal Federal no julgamento do mensalão. É compreensível que muitos petistas se sintam indignados ao ver uma figura pública do porte de José Genoino condenada pelo crime de corrupção, e isso com o voto do ministro Dias Toffoli, o mesmo que, até outro dia, trabalhava para o partido da estrela. É compreensível, mas a indignação não autoriza ninguém a fazer comício contra o Supremo. Há canais legais para pedidos de reconsideração judicial. Se, em lugar de discutir o processo e seus eventuais erros tópicos, o PT ergue palanques para contestar a legitimidade da própria Corte, como se ela não passasse de um instrumento de perseguição partidária, estamos diante da ameaça de ruptura institucional.

Nesse ponto, a postura da presidente Dilma Rousseff, de respeito declarado ao STF, contrasta com os arroubos irrefletidos - e serve para enquadrá-los. Dilma leva em conta que a mesma Corte que condenou uns absolveu outros, inclusive alguns militantes do PT. Logo, se devemos aceitar com um sorriso as absolvições, temos de acatar também as condenações e interpor os recursos que o direito processual admite. Fora disso, resta o tumulto.

O PT parece não saber como agir. Vive um refluxo amargo, um atordoamento, embora siga acumulando vitórias eleitorais. Esta semana ficou ainda mais tonto. Foi apanhado no contrapé por outro cruzado de esquerda, com novas denúncias de corrupção. Uma investigação da Polícia Federal revelou irregularidades escabrosas comprometendo servidores públicos de alta patente no governo federal. O que fará o PT em seu inferno astral? Atos públicos? Vai acusar os policiais de sanha persecutória? Ou vai exigir mais transparência? Ou vai punir, pelo seu próprio estatuto, os filiados envolvidos?

O PT precisa arcar com a responsabilidade de fortalecer a democracia que ajudou a conquistar. Eis o seu lugar e o seu papel. Se não enfrentar e sanar agora, já, os seus próprios desvios, o partido da estrela branca emoldurada de vermelho acabará por queimar sua reputação em praça pública. Será uma pena. A pior de todas as penas.

Por Eugenio Bucci – brasil247.com.br

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Entre 40 países, Brasil fica em penúltimo lugar em ranking de educação


O Brasil ficou em penúltimo lugar em um ranking global de educação que comparou 40 países levando em conta notas de testes e qualidade de professores, dentre outros fatores. A pesquisa foi encomendada à consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), pela Pearson, empresa que fabrica sistemas de aprendizado e vende seus produtos a vários países.

Em primeiro lugar está a Finlândia, seguida da Coreia do Sul e de Hong Kong. Os 40 países foram divididos em cinco grandes grupos de acordo com os resultados. Ao lado do Brasil, mais seis nações foram incluídas na lista dos piores sistemas de educação do mundo: Turquia, Argentina, Colômbia, Tailândia, México e Indonésia, país do sudeste asiático que figura na última posição.

Os resultados foram compilados a partir de notas de testes efetuados por estudantes desses países entre 2006 e 2010. Além disso, critérios como a quantidade de alunos que ingressam na universidade também foram empregados.

Para Michael Barber, consultor-chefe da Pearson, as nações que figuram no topo da lista valorizam seus professores e colocam em prática uma cultura de boa educação.

Ele diz que no passado muitos países temiam os rankings internacionais de comparação e que alguns líderes se preocupavam mais com o impacto negativo das pesquisas na mídia, deixando de lado a oportunidade de introduzir novas políticas a partir dos resultados.

Dez anos atrás, no entanto, quando pesquisas do tipo começaram a ser divulgadas sistematicamente, esta cultura mudou, avalia Barber.

"A Alemanha, por exemplo, se viu muito mais abaixo nos primeiros rankings Pisa sistema de avaliação europeu do que esperava. O resultado foi um profundo debate nacional sobre o sistema educacional, sérias análises das falhas e aí políticas novas em resposta aos desafios que foram identificados. Uma década depois, o progresso da Alemanha rumo ao topo dos rankings é visível para todos".

No ranking da EIU-Person, por exemplo, os alemães figuram em 15º lugar. Em comparação, a Grã-Bretanha fica em 6º, seguida da Holanda, Nova Zelândia, Suíça, Canadá, Irlanda, Dinamarca, Austrália e Polônia.

Cultura e impactos econômicos
Tidas como "super potências" da educação, a Finlândia e a Coreia do Sul dominam o ranking, e na sequência figura uma lista de destaques asiáticos, como Hong Kong, Japão e Cingapura.

Alemanha, Estados Unidso e França estão em grupo intermediário, e Brasil, México e Indonésia integram os mais baixos. O ranking é baseado em testes efetuados em áreas como matemática, ciências e habilidades linguísticas a cada três ou quatro anos, e por isso apresentam um cenário com um atraso estatístico frente à realidade atual.

Mas o objetivo é fornecer uma visão multidimensional do desempenho escolar nessas nações, e criar um banco de dados que a Pearson chama de "Curva do Aprendizado". Ao analisar os sistemas educacionais bem-sucedidos, o estudo concluiu que investimentos são importantes, mas não tanto quanto manter uma verdadeira "cultura" nacional de aprendizado, que valoriza professores, escolas e a educação como um todo.

Daí o alto desempenho das nações asiáticas no ranking. Nesses países o estudo tem um distinto grau de importância na sociedade e as expectativas que os pais têm dos filhos são muito altas.

Comparando a Finlândia e a Coreia do Sul, por exemplo, vê-se enormes diferenças entre os dois países, mas um "valor moral" concedido à educação muito parecido.

O relatório destaca ainda a importância de empregar professores de alta qualidade, a necessidade de encontrar maneiras de recrutá-los e o pagamento de bons salários.

Há ainda menções às consequências econômicas diretas dos sistemas educacionais de alto e baixo desempenho, sobretudo em uma economia globalizada baseada em habilidades profissionais.
Fonte: Por Gunter Zibell – SP http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias/0,,OI6334444-EI8266,00-Br... Blog do Nassif

terça-feira, 27 de novembro de 2012

As lições do mundo da bola ao mercado corporativo


Como em qualquer empresa, independente do nível ou departamento, a troca de comando é usualmente seguida de mudanças, as quais podem divergir em tempo ou intensidade, porém sempre estarão presentes

A semana passada foi marcada por dois fatos já aguardados no mundo da bola: a volta do Palmeiras à série B e a queda de Mano Menezes do comando da seleção -apesar do momento positivo após a conquista do Super Clássico das Américas, competição tão ou mais suspeita quanto ao futebol de Iraque e China. O caso Alviverde foi um misto de falta de planejamento e desmando, em uma equipe que desde os tempos da Parmalat não sabe o que é consistência e visão de longo prazo.

Já o fator Mano Menezes pode ser visto como uma combinação de falta de foco, competência e principalmente jogo político. Sem uma competição oficial e com a participação assegurada para a Copa de 2014, tornou-se difícil manter a concentração. Sua convocação, segunda opção após Muricy Ramalho declinar à proposta, nunca foi uma unanimidade entre os torcedores. Enfim, as mudanças na desgastada e antiquada CBF foi à gota d'água que faltava para transbordar o copo do treinador gaúcho.

Como em qualquer empresa, independente do nível ou departamento, a troca de comando é usualmente seguida de mudanças, as quais podem divergir em tempo ou intensidade, porém sempre estarão presentes. É esperado de um novo presidente, diretor, gerente ou supervisor que tragam e coloquem novas ideias em prática, através da mudança de processos, políticas, estruturas internas e formas de atendimento ao mercado.

Para implantá-las necessitam de colaboradores leais e comprometidos, os quais ajudem a levar a cabo as novas ações, o que não raro significa uma dose extra de trabalho. Para fazê-lo podem contar com o time existente ou então trazer pessoas de confiança, com as quais tenham trabalhado anteriormente. Já conheci histórias de ótimos profissionais desligados ou deslocados de função em virtude da chegada de recursos externos. Para que você não seja o próximo, segue algumas dicas.

Boatos: evite disseminar frases e histórias que possam diminuir o prestígio do novo gestor. Em um momento de decisão as pessoas tendem a se aliar aos mais fortes.

Agressividade: tente responder de maneira polida as questões que a princípio lhe pareçam óbvias, mesmo que precise repetir mais de uma vez. Aproveite para demonstrar conhecimento e ganhar confiança.

Sentimentalismo: apegar-se aos processos ou políticas antigas pode transparecer que seja resistente a mudanças. Opine, discuta e apresente seu ponto de vista, estando aberto a novos métodos e visões.

Barganha: medir poder, seja através do conhecimento ou relacionamento interno ou externo, não é um bom caminho. Utilize-o para facilitar o caminho do novo gestor.

Caixa preta: segurar, omitir ou retrabalhar informações solicitadas pode não ser uma boa estratégia, já que precisará compartilhá-las, mais cedo ou mais tarde.

Última bolacha: achar-se insubstituível devido ao tempo de casa, resultados passados ou prêmios ganhos, apenas aumentará a insegurança do recém-chegado sobre sua real intenção.

Tomemos como exemplo o plano de sucessão de Mano. Tite, Felipão ou Muricy. Qualquer um que venha ocupar o posto precisará apresentar mudanças rápidas e profundas, contentando não apenas a CBF assim como a opinião de milhões de brasileiros metidos a técnico. Estilo de jogo e mudanças táticas trarão mudanças na lista de convocados, fazendo com que jogadores outrora garantidos possam perder sua posição aos preferidos e de confiança do novo técnico.

O caso serve para demonstrar a importância do jogo político, além da competência, existente em qualquer tipo de empresa e setor. Em épocas de turbulência, globalização e cobranças de curto de prazo; fusões, aquisições e mudanças organizacionais são e serão cada vez mais frequentes, obrigando os profissionais a viver em constante incerteza sobre o futuro de suas cadeiras. Neste cenário, torna-se necessário não apenas o gerenciamento da própria carreira, mas também a aquisição de habilidades políticas para poder se manter no cargo. Infelizmente existem poucas unanimidades como Neymar, para os quais mudanças não representam ameaças.

Por Marcos Morita – www.administradores.com.br

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Como transformar ideias em negócios


Transformar ideias em oportunidades e abrir novas possibilidades é um desafio e tanto para futuros empreendedores, o que vai exigir muito mais do que métodos e soluções comprovadas. Para colocar uma ideia em prática é necessário, antes de tudo, enxergar benefícios onde a maioria enxerga somente prejuízos.

Calma! Para ajudá-lo a trabalhar melhor as ideias não é necessário reiventar a roda. Embora você deva fugir dos padrões e usar a mente criativa para encontrar a melhor forma de colocar as ideias em prática, muitos estudiosos tiveram essa preocupação antes de você. Portanto, deixe o orgulho de lado e procure utilizar o conhecimento a seu favor. Ideias existem para ser aperfeiçoadas.

Dessa forma, tomei a liberdade de utilizar parte dos ensinamentos mencionados no quarto capítulo do fantástico livro As Vantagens da Adversidade, de Paul Stoltz e Erik Weihenmayer, cujo título é Possibilidades Pioneiras.

Como dizem os autores no início do capítulo, "quantas vezes, no transcurso da sua vida, alguém lhe disse que alguma coisa que você queria fazer era impossível? Já reparou que são geralmente os seus companheiros de trabalho, amigos e entes queridos que tentam "pôr algum juízo na sua cabeça" cada vez que você inventa "um esquema maluco" para experimentar algo novo ou assumir algum risco que eles consideram uma insensatez? Sinta-se agradecido porque essas pessoas se preocupam com você e por isso tentam dissuadi-lo. Elas pensam que lhe estão fazendo um favor e talvez até estejam. Mas, e se...?"

E se as pessoas que gostam de você estiverem erradas? E se o que você sempre sonhou fazer for realmente possível? O que você sentiria se fosse o primeiro a realizá-la? E se, ao tornar possível aquilo, quando tudo lhe parece impossível, você abrisse um mundo de oportunidades inteiramente novo, tanto para você quanto para sua empresa e para as pessoas à sua volta?

Não seria ótimo se uma voz interior profunda e confiante lhe dissesse o melhor caminho a ser tomado? Infelizmente, isso é raro, portanto, comece a pensar que, com as condições certas, as pessoas certas, os sistemas certos e as orientações certas, a ideia pode ser realizada.

Uma das incertezas mais comuns e desafiadoras é quando tentamos algo novo que ainda não foi testado. O medo do desconhecido nos apavora, pois, não estamos acostumados a escalar às cegas, mas, o desejo de ir além é grande. Isso aconteceu com a maioria dos empreendedores que conheço.

No caso dos empreendedores, dos pesquisadores e dos aventureiros em geral, esse medo existe, entretanto, não é tão grande quanto o medo daqueles que passam a vida sem tentar algo novo. É o medo de descobrir que não é tão bom quanto seus pais dizem que você é, de fazer papel de ridículo perante os amigos, de tropeçar e dar com a cara no chão.

Qualquer ideia pode ser colocada em prática. Então, vamos utilizar o Quarto pico – possibilidades pioneiras para exemplificar e fundamentar a ideia que você tem em mente. Quando a ideia sugir ou se a ideia já existe, pegue caneta e papel e comece a descrevê-la de acordo com o roteiro sugerido pelos autores, a seguir adaptado para o fim que você deseja. Vejamos:

Primeira Etapa – Escolha um Objetivo de Valor (Uma ideia de valor)
Motivação: por que você quer fazer isso?
Forças: que habilidades ou recursos são necessários para colocá-lo em prática? E quanta força de vontade?
Entusiasmo: qual o seu grau de empolgação com isso?

Segunda Etapa – Projete Sistemas Personalizados utilizando os critérios PROPS
Portátil ou Portável – pode ser levado para qualquer lugar.
Reaplicável ou Reproduzível – pode ser recriado, reproduzido ou ambos.
Original – nunca foi feito antes (exatamente desse jeito).
Pessoal – adequado a você e seu estilo de vida (agradável).
Simples – não é fácil, tampouco apresenta complexidades desnecessárias.

Terceira Etapa – Pratique até alcançar a perfeição
Quais são os critérios para uma solução eficaz?
Onde e como você vai praticar a nova ideia (ou sistema)?
O que você vai tentar primeiro?
Como refinar sua solução?
Onde ou como você pode experimentar?
Quem pode lhe dar feedback útil?
Quando poderá começar?
De quanto tempo ou dinheiro precisa para desenvolvê-lo?

Quarta Etapa - Escreva sua história pioneira
Que Objetivo de Valor – Desafio Máximo – você vai enfrentar a despeito das opiniões negativas até atingir a objetivo?
Qual será o legado do seu avanço, depois de inaugurar essas possibilidades?
Quem se beneficiará com sua ideia ou realização?
Será que o esquema funciona? Tente, afinal, o que você tem a perder com isso? Com a prática, pode tornar-se um grande alquimista capaz de converter ideias simples em grandes oportunidades, mas, lembre-se: nada vem de graça.

Tirar uma ideia do papel e colocá-la em prática é tarefa para pessoas determinadas a vencer na vida, não importa o tamanho do sacrifício. Se estiver pensando em como deixar a sua marca no mundo, comece a praticar tudo o que aprendeu até agora, caso contrário, vai ficar apenas querendo.

Quando se trata de empreender, ideias somente não bastam. O mundo está cheio de boas ideias que vagam sem destino e são desperdiçadas porque ninguém acredita nelas e os autores desistem ao primeiro não. Mais do que obter uma ideia, você precisa de iniciativa, esforço, otimismo e, na maioria dos casos, persistência para conseguir alguém que acredite no que está dizendo.

Assim, quando as ideias surgirem do nada, seja disciplinado. Faça de cada ideia uma possibilidade. Se não for hora de aproveitá-las, guarde-as com carinho. Um dia você vai precisar delas.

Pense nisso, empreenda e seja feliz!

Por Jerônimo Mendes - www.administradores.com.br

domingo, 25 de novembro de 2012

Pré-sal: definição no presente para o futuro de gerações


A questão dos royalties do petróleo
Com a descoberta de reservas de petróleo na costa brasileira a aproximadamente 7.000 metros de profundidade no total de 40 bilhões a 80 bilhões barris, a tendência é que ocorra uma abundância de dólares na economia brasileira com grande tendência de valorização do real perante o dólar. O governo brasileiro já aprovou leis importantes para o controle das reservas petroleiras, bem como, medidas para conter a possível valorização da moeda local.

Entretanto, o mais polêmico dos projetos de lei enviados ao Congresso Nacional, diz respeito à partilha dos royalties petroleiros, pois altera concede novas conformações e participações especiais na exploração dos blocos do pré-sal. Fazendo com que os estados e municípios, sejam contribuídos de uma forma mais igualitária.

As conturbações politicas ocorreram e estão ocorrendo, graças ao modo de como é distribuído os royalties nas explorações dos outros campos e bacias de petróleo. O Rio de Janeiro, por exemplo, é creditado em aproximadamente 70% de toda a distribuição de royalties do país. Por mais que esses royalties sejam concedidos como uma forma de externalidade negativa, e que os maiores campos de exploração de petróleo se encontram, até o momento, no estado do Rio de Janeiro, os valores recebidos são astronômicos e a falta de controle abre as portas para corrupção, desvios e péssimos investimentos.

Com toda a certeza, a dependência do estado do Rio de Janeiro em relação aos royalties petroleiros deriva do não desenvolvimento de novas tecnologias, principalmente as atreladas a indústria, e com sua economia focada em serviços e na extração de petróleo, o que de certa maneira, desenvolveu e ampliou a chamada doença holandesa.

A teoria da doença holandesa tem sido utilizada para tratar problemas típicos das economias primário-exportadoras. Seu nome remonta ao comportamento que a economia holandesa teve nos anos sessenta, logo após a descoberta de grandes reservas de gás natural no país, a partir de quando ocorreu aumento concomitante da população nacional de gás natural e dos preços internacionais do produto.

Durante o período de “bonança gasífera”, a Holanda recebeu uma grande quantidade de moeda estrangeira e o imediato aumento de superávit comercial fez a moeda nacional se sobrevalorizar. No momento seguinte, a produção industrial do país passou a enfrentar problemas, decorrentes da apreciação da moeda nacional, para concorrer com os produtos de outros países tanto no mercado interno quanto no externo. A baixa competitividade da indústria nacional levou a um aumento das importações, principalmente de produtos industrializados, e a uma diminuição significativa das exportações de outros produtos que não o gás natural. Em pouco tempo, a abundante entrada de moeda estrangeira para a compra de gás natural levou a Holanda a um processo de desindustrialização e de perda de competitividade internacional, algo que, resguardada as devidas proporções acontece com o Rio de Janeiro.

A “bonança petroleira” precisa ser muito bem aproveitada, ou seja, despender ou investir em educação devem ser acompanhadas de metas. Por exemplo, em quatro anos o Brasil será território livre do analfabetismo, pois não basta educar-se com o objetivo de galgar um emprego melhor, ou, até quem sabe, uma renda maior; mas sim, e, também, na descoberta de novas éticas, no desenvolvimento da solidariedade e na construção de uma sociedade mais respeitosa e ampla. Portanto, precisa-se repensar o sistema educacional brasileiro.

Outro ponto que passa distante de qualquer discussão, é o controle público desse dinheiro. Se o petróleo realmente é nosso, é mais do que prudente decidirmos a destinação dos recursos, para que não se crie formas caudilhescas e de controle das massas populares, o que é bastante peculiar em países petroleiros.

Teremos um período de mais de meio século para o Brasil poder implementar políticas econômicas e sociais com o objetivo de elevar o grau de crescimento e desenvolvimento econômico e social; as chances de errarmos e acertamos são praticamente iguais, o nível de mobilização popular e a sensibilidade dos governos é o que definirá os rumos que tomaremos para o presente e o futuro das próximas gerações.

Por Paulo Daniel

Fonte:  Por Marco Antonio L. - Da Carta Capital e blog do Nassif

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Liderança empreendedora: a competência mais escassa no momento


Esse artigo faz uma análise crítica sobre a importância e a ausência da liderança na criação de mitos no mundo dos negócios.

De acordo com Stephen Covey, autor do best seller Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes, "Liderança é um conceito misterioso e ilusório. O que lemos como sendo história é, na realidade, a criação de mitos. De uma pessoa comum, a sociedade cria um Napoleão ou um Gandhi, um Martin Luther King ou uma Joana D'Arc, alguém que adquire o status de ser capaz de moldar o destino."

O que faz uma pessoa comum se tornar um líder de verdade? O que faz um líder se tornar empreendedor? O que faz um empreendedor se tornar líder? Todos os empreendedores são líderes? Todos os líderes são, por natureza, empreendedores?

Se perguntarmos a definição de líder para vários homens de negócios, teremos diferentes respostas: líderes são motivadores, entusiastas e carismáticos; líderes estabelecem metas e objetivos; líderes criam uma missão e uma visão; líderes influenciam pessoas e gerações; líderes estabelecem novas culturas; líderes são perseguidores implacáveis de metas, e assim por diante.

Por outro lado, se a pergunta for "o que os líderes devem fazer?", é provável que a única resposta seja: o papel do líder nos negócios é extrair os melhores resultados da sua equipe. Embora seja um conceito ainda mal compreendido e adotado de maneira equivocada, a liderança tornou-se uma característica indispensável no mundo dos negócios.

Em artigos, vídeos e palestras, muitos tentam associar Bill Gates, Lee Iaccoca, Winston Churchill, Jack Welch, Antonio Ermírio de Moraes, Henry Ford, Akio Moirta e outras personalidades ao espírito de liderança, o que não me parece totalmente equivocado, mas, o fato de alguém adotar suas qualidades, na tentativa de se tornar um líder como eles, não garante a sua transformação em líder absoluto.

Aliás, para James Collins e Jerry I. Porras, autores do best seller Feitas para Durar, muitos líderes cultuados nos dias de hoje não eram nada carismáticos no comando de suas empresas. É o caso de Soichiro Honda, Masaru Ibuka (Sony), Paul Galvin (Motorola) William McNight (3M) e do próprio Jack Welch (GE).

Welch cresceu na GE, era um produto da GE, entretanto, a GE era uma empresa próspera muito antes de Welch assumir o comando e continua sendo depois dele, sob o comando do seu sucessor, Jeffrey Immelt. Welch não foi o único CEO excelente da GE. Segundo Collins e Porras, o papel de Welch não foi insignificante, mas, foi apenas um pedacinho de toda a história da empresa.

A principal característica em comum de todos esses líderes era o foco, segundo os autores. As evidências sugerem que as pessoas mais importantes nas etapas de formação das empresas de sucesso estavam mais voltadas para a organização, independentemente do estilo pessoal de liderança de cada um. Todos os líderes mencionados eram obstinados e excelentes arquitetos, ou seja, formadores de equipes e criadores de ferramentas adequadas para cada situação.

Ausência da liderança não é sinônimo de fracasso. Vejamos o exemplo da Apple que, durante mais de dez anos, sob o comando de Steve Jobs, cresceu de maneira admirável. Jobs era ótimo na criação, obcecado por qualidade e design, mas isso não o impediu de ser demitido da própria empresa aos trinta e um anos de idade. Para alguns, um péssimo líder, para outros, um empreendedor nato.

Apesar de tudo, a liderança é uma competência-chave no sucesso das organizações, principalmente quando você concorre num mercado onde a diferença de preço é a única vantagem percebida pelo cliente. Nesse caso, a liderança faz toda diferença, motivo pelo qual é necessário entender minimamente os seus princípios.

Quer você seja empreendedor, quer não, vale a pena resgatar algumas definições dos principais gurus da administração moderna, cujo resumo está disponível no meu livro Manual do Empreendedor (Atlas), mas, compartilhada aqui para facilitar o seu trabalho. Na prática, você vai precisar mais do que a simples leitura dos conceitos.

Liderança...
1) É a decisão de sair das trevas. Somente alguém capaz de ter sabedoria em meio ao caos será lembrado como grande líder (Deepak Chopra).

2) É a arte de se relacionar construtivamente com outras pessoas e conseguir que se mobilizem para atingir determinados objetivos comuns (Emiliano Gómez).

3) É a capacidade de reconhecer as habilidades especiais e as limitações dos outros, associada à capacidade de introduzir cada um dentro do serviço que desempenhará melhor (Hanz Finzel).

4) É a capacidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir objetivos comuns, inspirando confiança por meio da força do caráter (James Hunter).

5) É um processo de influenciar pessoas (Ken Blanchard).

6) É a capacidade de facilitar o aprendizado dos indivíduos e das equipes (Peter Senge).

7) É um processo conjunto de descoberta (Tom Peters).

Liderança é uma qualidade a ser adquirida. As pessoas anseiam por reconhecimento e um propósito de vida. Se o empreendedor conseguir ajudá-las a entender essa necessidade, por meio de produtos admiráveis e com o trabalho de pessoas ainda mais admiráveis, certamente estará influenciando seu modo de pensar e agir. Por consequência, os resultados serão os melhores possíveis para o seu próprio negócio e para a sociedade.

Pense nisso, torne-se um líder empreendedor e seja feliz!

Por Jerônimo Mendes  - www.administradores.com.br

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

10 passos para se livrar das dívidas até o fim do ano


Chegar ao fim do ano com dívidas pode gerar angústia com a aproximação das festas e das pesadas despesas de início de ano. Veja a seguir o que fazer para se livrar das dívidas até o fim do ano (ou ao menos reduzi-las), para iniciar 2013 no azul:

1. Forme uma reserva financeira se você é um “endividado controlado”
Ter dívida não é um problema. O crédito possibilita a antecipação dos sonhos de consumo e é uma ferramenta poderosa de planejamento para quem sabe usá-lo corretamente. Segundo o educador financeiro Reinaldo Domingos, autor do livro “Livre-se das dívidas”, existem dois tipos de dívidas e dois tipos de endividados.
As dívidas de valor são aquelas que têm bens em garantia e financiam grandes sonhos, como o financiamento habitacional e o de veículos; as dívidas sem valor são aquelas sem bens em garantia e que, por isso, têm juros elevados, como as dívidas no cartão de crédito, no crediário e no cheque especial. “São dívidas de valor menor e que facilmente levam as pessoas a se descontrolarem”, observa Domingos.
Já os dois tipos de endividados são, segundo Domingos, o “controlado” e o “descontrolado”. O “descontrolado” é o inadimplente, isto é, aquele que tem dívidas em atraso, principalmente dívidas caras para gastos cotidianos, como cartão de crédito e cheque especial. É principalmente este sujeito que deve fazer uma faxina na vida financeira na virada do ano.
O “controlado”, porém, é aquele que paga as prestações de seus financiamentos e suas contas em dia, sem entrar no cheque especial e sempre quitando a fatura do cartão de crédito integralmente na data certa. “Se você é um endividado ‘controlado’, não tem problema passar a virada do ano com dívidas”, ressalta.
Ou seja, se o pagamento de suas dívidas cabe dentro do seu orçamento, não há muito com que se preocupar. Se este é o seu caso, o principal conselho para você é: forme uma reserva financeira. “Se você não tiver reservas e tiver algum problema que o impeça de pagar suas prestações, vai acabar pagando caro por sua inadimplência”, lembra Domingos. O atraso no pagamento de uma parcela gera multa e juros de mora e pode levar o CPF do devedor a ser inscrito em um cadastro de inadimplentes.
2. Coloque “sair das dívidas” na lista de objetivos de ano novo – mas não como único objetivo
Se você está apreensivo com o seu endividamento – principalmente se você é um endividado “descontrolado” – coloque “sair das dívidas” na sua lista de objetivos para o novo ano. “Sair das dívidas deve ser um sonho, mas não o único. Coloque na lista também outros desejos”, diz Reinaldo Domingos, que lembra que outros anseios incentivam a não se endividar mais e a poupar.

3. Verifique os motivos do endividamento
Endividados “descontrolados” devem começar a faxina financeira pela verificação dos motivos que levaram ao endividamento. “Não adianta apenas usar o 13º salário para pagar as dívidas em atraso sem identificar a origem do descontrole financeiro. Assim você estará combatendo apenas o efeito, e não a causa da inadimplência”, diz Reinaldo Domingos.

4. Faça uma faxina financeira
Identificada a causa do desequilíbrio financeiro, é hora de colocar no papel todas as receitas e despesas mensais para compreender onde existem excessos. “O primeiro passo é reunir a família, para todos chegarem a uma solução juntos. Todo orçamento tem excessos que podem ser cortados”, lembra Domingos.

5. Corte as despesas em excesso
Corte primeiro os pequenos gastos supérfluos. Por supérfluo entenda-se o que não afeta o bem-estar e autoestima da família. “Não adianta cortar o cabelereiro da mulher ou os gastos com o futebol do homem no fim de semana se isso for muito importante para a autoestima de ambos”, diz o educador financeiro, que lembra que o que é supérfluo varia de família para família. Mas certamente é possível reduzir gastos com lazer, supermercado, luz, água, telefone e gás, por exemplo.

6. Crie uma folga no seu orçamento
Após os cortes, será possível criar uma folga no orçamento. Essa folga possibilitará, por exemplo, a renegociação de dívidas. “Se você criar uma folga no orçamento, já consegue definir quanto poderá pagar por mês para fazer uma proposta ao credor”, observa Domingos.

7. Use os recursos que entrarem para amortizar ou quitar dívidas
Quem tem dívidas de valores pequenos, ainda que em atraso, pode tentar quitá-las ou amortizá-las com algumas fontes de recursos extras. “A entrada do 13º salário é sempre uma boa oportunidade, principalmente para quitar dívidas no cheque especial e no cartão de crédito. Vender 10 dias de férias também é uma opção para começar o novo ano com tranquilidade”, indica Jurandir Sell Macedo, consultor de Finanças Pessoais do Itaú e professor da UFSC.
Além disso, se possível, aproveite créditos da Nota Fiscal Paulista e da Nota Fiscal Paulistana para abater, respectivamente, IPVA e IPTU e deixar o bolso mais leve no início do ano.
8. Troque linhas de crédito caras por outras mais baratas
Quem tem dívidas caras em atraso e está pagando juros altos pode tentar uma renegociação com o banco, substituindo essas linhas de crédito por linhas mais baratas, como empréstimos pessoais, empréstimos consignados ou mesmo linhas que tenham bens como garantia, como penhor, refinanciamento de imóvel ou refinanciamento de carro. Nestas modalidades, é possível pegar um percentual do valor do bem emprestado, deixando-o como garantia, seja ele uma joia, uma casa ou um carro.
Também é possível fazer a portabilidade de uma dívida de um banco para outro sem custo, caso o novo banco ofereça condições mais vantajosas, tanto em termos de custo de manutenção de conta e tarifas quanto de juros e custo efetivo total da dívida.
Ainda assim, o banco de destino não é obrigado a aceitar a transferência do débito, e esse benefício só costuma ser vantajoso para linhas como empréstimos pessoais, crédito consignado e financiamentos de veículos. Dívidas no cartão de crédito e no cheque especial devem preferencialmente ser trocadas por linhas mais baratas, e linhas como crédito direto ao consumidor normalmente têm prazo curto demais para compensar a migração. Já no caso dos financiamentos habitacionais, os custos cartoriais, que deverão ser pagos novamente, geralmente tiram a vantagem da migração.
9. Renegocie dívidas em atraso
Dívidas atrasadas também podem ser renegociadas com o credor, principalmente se o seu nome estiver “sujo”, isto é, incluído em um cadastro de inadimplentes. Após criar uma folga no seu orçamento, procure o credor para propor um alongamento do prazo, com redução do valor das parcelas e dos juros, ou mesmo um desconto para quitação à vista. Ciente de quanto pode pagar por mês, é possível já fazer a proposta adequada às suas possibilidades.
A renegociação pode ser feita por conta própria ou com a ajuda de um órgão de defesa do consumidor. A Serasa Experian lançou recentemente um serviço que permite ao credor fazer a proposta de renegociação ao devedor pela internet. Caso aceite, o devedor não precisa fazer mais nada, apenas imprimir o boleto e começar a pagar sob as novas condições.
10. Pague primeiro as dívidas de serviços essenciais
A quitação das dívidas também deve seguir uma ordem, dando-se preferência aos serviços essenciais, que podem ser cortados caso não sejam pagos, como contas de luz, telefone, água e gás. Para Reinaldo Domingos, em seguida devem ser pagas ou renegociadas as dívidas que têm bens em garantia, que podem ser retomados em caso de inadimplência, como financiamentos e refinanciamentos de imóveis e veículos.
Em seguida, diz o educador financeiro, devem ser pagas as dívidas com juros maiores, como as do cartão de crédito e do cheque especial. E, finalmente, as dívidas de juros menores que não têm bens atrelados a elas. “Para estas, dá para dizer não em um primeiro momento”, diz Domingos.
Por Julia Wiltgen

terça-feira, 20 de novembro de 2012

O mapa da guerrilha


Que tal causar impacto, ver sua empresa bem falada e não gastar muito? Se você gostou da ideia, é hora de aderir ao Marketing de Guerrilha. Suas táticas inspiradas nas ações de milícias do mundo inteiro estão fazendo uma revolução no mundo dos negócios

Era 1941. Aviões da Alemanha bombardeavam a cidade de Belgrado enquanto tropas nazistas marchavam sobre a Iugoslávia. Parecia impossível conter o avanço germânico. Mas um pequeno grupo de soldados decidiu revidar. Eles não tinham recursos – faltavam armas, comida, medicamentos – mas eram extremamente criativos e organizados. Decidiram, então, surpreender as tropas inimigas realizando ações imprevisíveis e de emboscada. Deu tão certo que os partisans, como ficaram conhecidos, recuperaram seus territórios e, de quebra, entraram para a história como os guerrilheiros que atrapalharam os planos de Hitler.

Os partisans iugoslavos não foram os únicos guerrilheiros a provar que – mesmo sem muitos recursos, mas com uma boa estratégia – é possível enfrentar grandes exércitos. Os vietnamitas contra os norte-americanos, os russos contra Napoleão, Che e Fidel contra a ditadura em Cuba e até Davi contra Golias – todos eles elaboraram as táticas que hoje definem o Marketing de Guerrilha: criatividade, planejamento, poucos recursos e ousadia para surpreender o adversário. "Assim como a guerrilha, o marketing de guerrilha mostra que, mesmo quando os recursos são escassos, é possível causar impacto e chamar a atenção. Basta ter um bom planejamento e um jeito de pensar criativo, que fuja do convencional", explica Ariel Legmann, diretor de planejamento da Agência Hurra, de São Paulo, especializada em Marketing de Guerrilha.


Mas, tanto na guerra como nos negócios, é preciso saber usar as armas certas, ter um excelente conhecimento sobre o terreno e descobrir a oportunidade ideal para agir. "São ações criativas, que se baseiam em meios alternativos de comunicação e que precisam ser bem estruturadas", explica Jeferson Mola, professor do curso de Marketing da Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo. Quer conhecer essas ações? Então, leia o manual – ou melhor, siga as cinco lições abaixo, elaboradas para quem deseja se tornar um guerrilheiro do mercado.

O uniforme
Não estamos falando do uniforme dos funcionários nem da roupa que você usará na próxima reunião. Ok, o traje correto é sempre importante. Mas, nesse caso, trata-se de como você irá vestir sua empresa, ou seja, como a apresentará ao público. Comece pelo nome. De acordo com Jay Conrad Levinson, autor de "Marketing de Guerrilha", a melhor opção é aquela que se diferencia da concorrência e é fácil de memorizar. Se o nome puder contar uma história, evocar uma ideia, sugerir um benefício, melhor ainda. E, se causar desconforto, é perfeito! "Os grandes nomes provocam as pessoas, chamam a atenção e correm riscos. Eles simplesmente não se encaixam", argumenta Levinson.

O nome ideal também precisa ter vida longa e se manter atual mesmo depois de 100 ou 150 anos. O mesmo vale para o slogan e para as ideias associadas à sua marca. Quem já passou dos 30 anos ainda deve ter, na ponta da língua, as frases utilizadas nos anúncios do adubo Maná ("Com Maná, adubando, dá!"), nos comerciais do achocolatado em pó Nescau ("Energia que dá gosto!") ou nas campanhas da Caloi ("Não esqueça a minha Caloi!"). Além de fáceis de memorizar, elas não prometiam nada além do que poderiam cumprir. Também apresentavam a empresa sem recorrer a superlativos, o que nos leva à próxima lição: não subestimar a inteligência do consumidor.

Afirmar o que sua empresa, produto ou marca não é equivale a usar uma roupa maior ou menor do que o seu tamanho: simplesmente, não fica bem. "No passado, o discurso publicitário permitia às empresas falarem o que quisessem: que seu produto era o melhor, o mais completo, o mais versátil, o mais utilizado. Hoje, isso não funciona, pois as pessoas estão mais críticas e têm acesso à informação", diz Gustavo Fortes, sócio-fundador da Espalhe, agência especializada em Marketing de Guerrilha sediada em São Paulo. Segundo ele, quem insiste nesse discurso corre o risco de ser ignorado ou criticado pelo público. "O pior é que muitas empresas que fazem isso também não sabem lidar com críticas e entram em pânico nessas horas."

Requisitos como rapidez, qualidade, organização, atendimento e comunicação também irão definir como o consumidor irá olhar para o produto, marca ou serviço. E, convenhamos, se ele gostar, fará questão de comentar com os amigos, vizinhos e familiares. É assim que começa o boca a boca, objetivo final do marketing de guerrilha. Mas, antes de falar sobre isso, vamos escolher as armas.

As armas
Não é preciso um arsenal caro nem complexo. No marketing de guerrilha, a regra é justamente o contrário: gastar pouco e, ainda assim, causar impacto. Como fazer isso? Pra começar, deixe de lado as mídias tradicionais – como TV, jornais e outdoors – por que elas simplesmente são mais caras. Além disso, essas são exatamente as armas dos seus inimigos. Guerrilheiros de verdade não pensam no óbvio e estão o tempo todo surpreendendo seus adversários. "Antigamente, para uma empresa ser reconhecida, precisava de um grande orçamento de marketing, que permitisse investir pesadamente em mídias de massa e, consequentemente, ser lembrada. Hoje, para ser reconhecida, ela precisa sair do óbvio", garante Gustavo Fortes.

As armas dos guerrilheiros estão espalhadas por todos os lados. Podem ser um aparelho celular, um serviço de e-mail, uma rede social, uma estação de metrô, um semáforo de trânsito, uma escada rolante e até numa melancia! Foi isso o que a Espalhe levou em conta na hora de divulgar o novo sabor do chiclete Trident. A agência aproveitou o carnaval carioca – época em que todo mundo quer chamar atenção – e instalou cabines em vários pontos da cidade. Nelas, as pessoas colocavam o novo chiclete sobre si (numa referência ao dito popular que manda quem quer aparecer pendurar uma melancia no pescoço) e eram filmadas durante 30 segundos. "Elas cantaram, pularam, dançaram. Os vídeos eram, então, postados em tempo real no Youtube", conta Gustavo. Houve fila na porta das cabines e ação ganhou espaço em jornais, blogs e revistas. "Todo mundo queria ser visto e isso repercutiu muito a marca", comenta.

A Biruta Mídias Mirabolantes, agência com sede no Rio de Janeiro, também recorreu a uma arma inusitada para promover um dos combustíveis da Shell: o trânsito de São Paulo. Atores vestidos como Mecânicos Shell V-Power simularam, nos principais semáforos da cidade, troca de pneus, abastecimento e limpeza de vidros dos carros como se fosse um pit stop, enquanto os motoristas ganhavam brindes. "A estratégia de guerrilha tem que ter um custo relativamente baixo, interagir com o cotidiano das pessoas e ter uma grande capacidade de repercussão. E foi isso o que fizemos", lembra Rafael Liporace, sócio e diretor geral da agência.


Os itens do arsenal podem incluir intervenções urbanas, redes sociais, mídia espontânea, flash mobs, virais, entre outros. Dependendo da ação, é possível usar uma ou mais armas. No entanto, só um conselho: antes de escolher a sua, estude o terreno.

O terreno
Você sabia que 90% das compras que realizamos são motivadas por nosso inconsciente? É o que diz Jay Conrad Levinson, no livro "Marketing de Guerrilha". Nossas decisões mais consumistas, de acordo com ele, são tomadas pelo lado emocional e justificadas pelo lado racional, para não nos arrependermos logo em seguida. É assim que muita gente se rende a uma roupa, um celular novo ou a um carro novo. E, pelo menos na maioria das vezes, o diálogo entre razão e emoção dá certo.

O dado acima é apenas um entre milhares de outros que os guerrilheiros precisam conhecer sobre o comportamento do consumidor – que, por sinal, é o terreno do qual estamos falando. "O marketing de guerrilha estuda a fundo quem é seu público e as ações são programadas para atingir as pessoas em seu dia a dia, gerando uma experiência que causará impacto e, em consequência, irá estimular o boca a boca. Quanto mais específico for o público, quanto mais atingirmos o chamado nanopúblico – que é aquele consumidor que tem exatamente o perfil-alvo – maiores são as chances de a mensagem ser retransmitida", conta Ariel Legmann.

Para uma campanha de guerrilha dar certo, investigue o relevo. Isto é, questione: Qual a idade do seu público? Onde essas pessoas circulam? O que pensam e desejam? Como reagem? A partir daí, organize o ataque. Foi isso que a agência Fischer+Fala fez durante o último Campus Party, evento brasileiro que reúne apaixonados por tecnologia. "Nossa intenção era fazer o pré-lançamento do UploadFF, uma plataforma em que as pessoas podem cadastrar ideias que reúnam tecnologia e interatividade. Para isso, utilizamos uma estratégia de emboscada, que consistia em monitorar os comentários feitos pelo público no Twitter e supreender quando uma pessoa reclamava de algo", conta Thaís Fabris, diretora de convergência da Fischer+Fala.

Se a queixa era fome, a agência providenciava uma refeição para o twitteiro. Se alguém reclamava do calor, era imediatamente presenteado com um ventilador portátil ou um abanador, e assim por diante. O objetivo, que era gerar boca a boca, foi alcançado em pouquíssimo tempo. "Em apenas cinco horas, tínhamos impactado cerca de 100 mil pessoas na internet, incluindo Twitter e Facebook", avalia Thaís.

Reconhecer os clientes e compreender as necessidades deles é essencial para quem deseja dominar o terreno da guerrilha. Mas não é só isso. Ao se relacionar com o consumidor, lembre-se de ser honesto, ético, facilitar a negociação e a comunicação. E, acima de tudo, apenas inicie uma campanha de guerrilha quando realmente tiver algo para informar. Do contrário, o tiro pode atingir seu pé.

Os inimigos
Seu maior adversário não está na porta ao lado, nem na empresa concorrente. Está em você mesmo, ou melhor, na falta de um bom planejamento e de conhecimento sobre o seu público-alvo. "Muitas empresas acham que basta ter uma boa ideia e isso será suficiente. Mas isso não é verdade, afinal, todo mundo tem boas ideias. O que importa é a execução, o planejamento e pensar em todas as possibilidades", lembra Rafael Liporace.

Outro erro comum é pensar que guerrilha é sinônimo de guerra e de uma ação agressiva.
"Não obrigatoriamente. Fazer algo forçado, que não tenha a ver com o cotidiano das pessoas ou que cause algum tipo de incômodo, que choque o público, pode causar o efeito inverso, uma repercussão negativa", diz ele. Imagine, por exemplo, se na época dos atentados ao metrô de Londres, uma misteriosa caixa de madeira caísse de para-quedas na estação ou no meio da rua. A campanha, realizada pelo Canal Fox para divulgar a série "Lost" em Portugal, certamente teria repercutido mal nesse outro contexto. Ou imagine o outdoor do filme "Kill Bill", que parece respingar sangue na calçada e nos carros, fosse instalado hoje, na Líbia. Sim, seriam tiros no pé.

"Os maiores equívocos que já vi, no que se refere ao marketing de guerrilha, foi quando se deixou de seguir o seguinte fundamento: conhecer o público a quem se destina, entender seu comportamento e não subestimar seus pensamentos", explica o professor Jefferson Mola. De acordo com ele, as ações obtêm o resultado inverso ao esperado porque o público-alvo não é bem definido, o comportamento do consumidor não é corretamente avaliado ou os sentimentos desencadeados pela ação confrontam a ética e a moral. Percebeu o perigo?

A vitória
O objetivo do marketing de guerrilha é garantir o boca a boca. Ou seja, sua marca, empresa ou produto precisa ser falado, elogiado, retuitado, compartilhado, visualizado. Para isso, é preciso chamar a atenção de um público-alvo, mesmo que ele seja restrito. A partir daí, essas pessoas passarão adiante a mensagem, influenciando outras, que influenciarão outras, e assim por diante.

Mas será que existe um momento ideal para agir? "O profissionais de Marketing devem ficar atentos às oportunidades que o mercado apresenta e usá-las de forma inteligente, ou seja, de forma coerente, respeitosa e criativa", aconselha Jeferson Mola. "O momento certo é quando se tem uma novidade e se quer fazer barulho sobre aquilo, para que todo mundo fique sabendo", sugere Thaís Fabris.

Já que a meta do marketing de guerrilha é gerar falatório, não dá para ter medo de interagir com os consumidores nem tapar os ouvidos para o que eles têm a dizer. "Os profissionais de Comunicação e Marketing precisam lembrar que, hoje, todo mundo está falando e gosta de falar. As pessoas comentam o tempo todo on-line, compartilham suas opiniões, suas experiências. Se você faz um esforço e investe em algo que não irá repercutir, não faz sentido", avalia Ariel Legmann.

Não é à toa que, na hora de medir o sucesso de uma campanha, vale contar o número de visualizações de um site, de menções no Twitter, de cliques do botão "curtir" no Facebook, de exibições de um vídeo no Youtube. "Se as pessoas estão comentando ou passando adiante, seja um vídeo, um link ou uma notícia, o esforço terá valido a pena", diz Ariel.

Os partisans fizeram isso. A ousadia do pequeno exército iugoslavo que, sem recursos, tentou barrar o avanço nazista gerou tanto boca a boca que mais pessoas aderiram à luta. Se não fosse por isso, eles nunca teriam atrapalhado os planos de Hitler.

Be-a-bá da guerrilha
Intervenção urbana: elementos de rua – como postes, faixas e calçadas – são as armas e também ajudam a compor o cenário da guerrilha

Free mídia: é a mídia espontânea. Ocorre quando a ação repercute a ponto de virar notícia em TV, revistas, rádios, blogs ou jornais.

Corpo a corpo: quando atores e modelos abordam ou se aproximam do público, promovendo a interação com a marca.

Viral: quando vídeos engraçados e curiosos se espalham por sites e redes. A contaminação é rápida e pode repercutir durante dias ou semanas.

Marketing invisível: a empresa se esconde por trás de uma pessoa contratada para opinar positivamente sobre produtos ou serviços. O público não percebe que é publicidade.

Redes sociais: são comunidades on-line, como Twitter, Facebook, Orkut, Foursquare e GetGlue. Uma marca comentada por um usuário repercute entre seus amigos, entre os amigos desses e assim por diante.

Por Michelle Veronese, Revista Administradores

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A quem interessa atacar a UFRJ?


Assistimos indignados à matéria veiculada no Fantástico. O ataque feito ao falecido reitor, Aloisio Teixeira, fere os mais elementares princípios éticos. Não resta dúvida que sua ação para expansão da universidade pública e sua cruzada em prol do acesso das populações historicamente excluídas do ensino superior ainda incomoda a muitos privilegiados.
Chama-nos atenção que os cidadãos mencionados na matéria tenham tomado conhecimento de Ação Civil Pública através de um e-mail enviado pela direção de jornalismo da TV Globo à Reitoria da UFRJ, no dia 16 de novembro, e não através dos meios oficiais. Salientamos que até o momento da veiculação da matéria, nenhuma das pessoas citadas havia recebido qualquer notificação oficial, o que contraria os mais elementares princípios democráticos.

Sobre o contrato UFRJ-Banco do Brasil e sua relação com a Fundação Universitária José Bonifácio

Como reconhecido pela própria reportagem, a UFRJ sustenta ser um equívoco a interpretação da comissão da CGU de que o contrato entre a Universidade e o Banco do Brasil é irregular. Reafirmamos que a contratação do Banco do Brasil foi feita de forma absolutamente legal, com necessário parecer favorável da Procuradoria Geral da UFRJ. A participação de fundação de apoio é uma prática comum a todas as universidades federais, não sendo exclusividade da UFRJ, e tem total amparo legal. A versão da comissão da CGU gera completa insegurança jurídica para todas as universidades federais do país.

Contratação de serviços
A UFRJ teve acesso ao termo de defesa e constatou que em outubro de 2010, a Universidade se empenhou para participar de edital da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Ensino Superior), e para isso contratou a Turbulência Consultoria, que se responsabilizou pela criação de um website institucional com a qualidade e prazo exigidos.

“Notas frias”
A matéria menciona a existência de duas supostas notas frias (valor total de aproximadamente R$10 mil) e incrimina o então chefe de gabinete do reitor Aloisio Teixeira. A reportagem poderia ter apurado melhor este fato, pois a empresa Ferragens Matoso de fato existe e apenas mudou de endereço (da Rua do Matoso, para a Rua Barão de Iguatemi). A reportagem acaba por repetir as falhas do relatório da CGU, que não considerou as respostas documentadas pelo servidor, que demonstrou de forma categórica não se tratarem de notas frias.

Contratação de buffet
Em relação à 1000 Mark Buffet, a reportagem não mencionou que a questão já é objeto de uma comissão de sindicância instaurada pela universidade, conforme comunicado pela UFRJ à emissora, através de nota, enviada no sábado, 17 de novembro.

Residência estudantil
Como também informado previamente à emissora, a UFRJ abriu licitação para obras de reforma geral da Residência Estudantil no dia 12 de novembro deste ano. Os recursos destinados à ação somam R$ 11 milhões e o prazo estimado para conclusão das obras é de 20 meses.

Hospitais Universitários
A dificuldade vivenciada pelo Hospital Universitário Clementino Fraga Filho - HUCFF faz parte de um contexto que atinge todos os hospitais universitários federais. O HUCFF vem passando por obras de reparo em quase todos os andares (cerca de R$19 milhões), com destaque para reparos estruturais, ansiados há anos por todos que utilizam o hospital. No Hospital-Escola São Francisco de Assis, está em curso um conjunto de obras de recuperação parcial de sua estrutura, no valor total de R$ 12,6 milhões de reais.

Considerações finais
Mesmo antes de conhecido o resultado final, cabe esclarecer que o relatório da comissão constituída no âmbito da CGU deixa claro que, em nenhum dos casos sob exame, houve dolo, o que significa que todos nossos servidores e dirigentes agiram no interesse do serviço público. A Universidade aguarda confiante o resultado do processo na esfera administrativa.

Reitoria -Universidade Federal do Rio de Janeiro

Fonte: http://www.planetauniversitario.com