domingo, 8 de julho de 2012

Reforma política urgente - A conjuntura política brasileira e o papel dos partidos


A atual conjuntura brasileira, marcada por corrupção e crises políticas tem levado muitos brasileiros a um entendimento  de que todos os partidos são iguais. 

Esta sensação, que se escuta nas ruas, que se lê nas redes sociais, é uma percepção independente da sua cor política, e expressa a constatação que alguns partidos  transformaram a política em negócio e a voracidade econômica  numa prática habitual de suas ações. 

Muitos brasileiros sabem, salvo a exceção de alguns, que os dirigentes dos partidos situam o interesse partidário acima dos interesses gerais da nação. A sociedade está saturada de tanto abuso e de tanto cinismo.

No entanto, é preciso que se tome cuidado com esta generalização da visão negativa, pois isto já sucedeu nos anos 20 do século passado, e a reprovação da atuação dos partidos políticos conduziu ao nazismo na Alemanha, do franquismo na Espanha, e ao salazarismo em Portugal. Devemos criticar os partidos políticos e denunciar seus abusos, mas reconhecer que são imprescindíveis para a democracia pluralista plena.

Muitos dos integrantes do sistema político brasileiro têm sido reiteradamente criticados pelas decisões oportunistas ou pontuais que tomam em nome dos partidos a que pertencem. Uma outra característica dos partidos brasileiros, é que seus integrantes agem para atender demandas pontuais da população, como saúde, educação e segurança pública.

A ideologia enquanto ferramenta de transformação social não é vista como base necessária para que o Estado possa  garantir que o cidadão tenha acesso aos  seus direitos básicos e fundamentais.

De todo modo,  uns dos principais desafios para os partidos políticos brasileiros, é fazer frente ao descontentamento político da cidadania e ao crescente distanciamento que os separa da sociedade e a erosão de suas funções representativas  (socialização,  mobilidade social e eleitoral e agregação de interesses) que tradicionalmente  contribuem para integrar os cidadãos dentro do sistema político. 

O padrão comum tem sido observado nas democracias, é um índice alto de abstenção e de volatilidade eleitoral, a debilitação da identidade partidária, a crescente desfiliação de partidos,  e, finalmente , o como fato de que os partidos são as instituições pior avaliadas. No entanto, os partidos seguem tendo um monopólio absoluto e inquestionável sobre as funções operativas ou dos procedimentos que atribui ao sistema político a seleção e recrutamento de lideranças, a formação de governos e a formulação de políticas públicas.

Fonte: por Alex Cruz. – Sul 21.