sábado, 14 de abril de 2012

O poder da mídia na política e no crime

A mídia enquanto poder, já é visada por políticos, e isso não é de hoje. Algo que gerou a compra de rádios e retransmissoras, hoje a publicação de blog's, e ainda, a relação pecaminosa entre comunicadores/colunistas e políticos para propagar temas, ocultar outros, promover interpretações e minimizar outras, provocar integras em grupos opositores etc. Com a maior acesso a dados gerados pela Internet e o esforço de publicização e transparência demanda pela sociedade, percebe-se que a articulação antes pouco sabida ou ocultada, está sendo recriada sobre novas formas, que parece mais com a associação e troca de favores, não sendo uma relação hierarquizada puramente, mas comercial, capitalista.

Assim como terroristas utilizam a propagação e divulgação do terror como "ideia", "chamamento" ou "ideologia" para que indivíduos vários, incalculáveis e anônimos, dos mais impensáveis locais façam atos de terror e alimente o poder de ação de um grupo. A mídia tem se aproveitado desse modus operandi, onde jornais, revistas, tv's, jornalistas e colunistas se associam a uma "ideia", propagada por um grupo tido como referencial, e a alimentam visando um objetivo.

A mídia muitas vezes teleguiou políticos da opção fazendo com que o discurso deles fossem similares a pauta escrita por membros da mídia. Jornalistas e editores específicos e centrais jogam, em artigos e matérias, qual deve ser a estratégia de ação para determinado assunto e os demais captam a mensagem e rapidamente se "associam" a esta "ideia", alimentando-a.

Para mim, este jogo ganhou uma cara nova quando pela "Monte Carlo", percebeu-se que por trás das ações de certos jornais, revistas e profissionais (tidos como referenciais) estava o interesse de grupos e pessoas com atividades criminosas. Não era uma associação puramente conjuntural. Esses profissionais e empresas se prestavam, para propagar e fortificar seus interesses e ideais políticos, a fazer o jogo de criminosos, na verdade a encobertar crimes e pessoas, para que estes não perdessem a sua áurea de credibilidade que construíram mentirosamente. Luis Nassif mostrou como para a quadrilha de Carlinhos tomar conta dos Correios, foi necessário de usar dos serviços da Veja para derrubar a quadrilha inimiga lá instalada. A matéria da CPI da Loterj é outro caso, e a valorização do passe de Demóstenes é nítido.

Para aqueles que se associavam a estratégia de ação de certos profissionais e empresas jornalísticas (vamos dizer: "de graça"), essa descoberta soa como uma traição, como uma desconfiguração dos "ideais" que deveriam guiar o grupo. Assim, a estratégia da Veja parece ser de jogar cortina de fumaça sobre a monte Carlo para, ironicamente, acabar uma pretensa cortina de fumaça do mensalão. Mas vai além, parece ser uma ação para recuperar a credibilidade perdida perante um "grupo" de associados de ocasião, para mostrar que suas associações criminosas seriam justificáveis diante de conseguir uma grande derrota ao governo e diante do mensalão. É minimizar, ocultar e justificar suas associações intencionais e do submundo.

É claro que o grosso da mídia, assim como os congressistas, não vão "votar" contra si. Eles nunca vão reconhecer seus erros, dar transparência a suas ações e equilibrar seu poder. Caso não haja uma reação de fora para dentro, nada vai mudar, e um caso que igual ou pior do que Murdoch na Inglaterra vira pizza no Brasil.

Fonte: Por José Bezerra Blog do Nassif