domingo, 23 de outubro de 2011

Que justiça?

Amigos eu neste momento tento sinceramente compreender o sistema de justiça internacional, ou ao menos o que dizem ser isso. Ao observar os fatos recentes de nossa história humana, nos deparamos com casos e casos, algo tipo "um peso e duas medidas" nas penalidades internacionais e o julgamento dos crimes de guerra e contra a humanidade.

O que vem a ser realmente um crime contra a humanidade? Será que acusar e invadir um país sem provas concretas, ocupa-lo e matar milhares de civis com bombardeios e ataques militares não e um crime contra a humanidade? Será que isolar um povo, como assistimos na Faixa de Gaza, e promover uma estratégia de extermínio de civis inocentes com ataques contra hospitais e escolas, não é um crime contra a humanidade e de guerra? Será que deter em uma prisão sem direitos pessoas acusadas sem provas concretas de envolvimento com terrorismo e tortura-las não é motivo para se levar tal Estado á julgamento?

Bem amigos, sinceramente eu não sei mais o que dizer após assistir ao assassinato de Muamar Kadafi, acusado de crimes contra a humanidade, e diversos outros crimes pelo tribunal internacional, pelos seus algozes, não constitui um crime internacional ao qual deva ser investigado e julgado.

Muamar Kadafi ao longo de sua trajetória de líder líbio ao longo de 42 anos no poder, realmente pode e cometeu algumas transgressões ás leis internacionais, mas que atire a primeira pedra o país da OTAN, ou aliado dos EUA que não tenham cometido algum dos crimes imputados a Kadafi.

O interesse político-econômico internacional é o que realmente pauta o direcionamento da "justiça", afinal, como condenar Kadafi por reprimir uma revolta armada contra seu governo e lançar sobre ele toneladas de bombas em uma dita operação de proteção dos civis, onde tais bombas vitimaram centenas de civis inocentes, enquanto no Bahrein manifestantes desarmados são presos e executados pelo governo daquele país, contando ainda com apoio de tropas sauditas na repressão? Isso sem citarmos o que ocorre no Iêmen.

Justamente devido à atual conjuntura geopolítica e as ambições desenfreadas dos EUA e seus aliados que eu defendo sim que o Irã detenha domínio da tecnologia nuclear e possua capacidade de produzir caso necessário para sua autodefesa um modesto arsenal nuclear, pois seu vizinho Israel possui um arsenal nuclear potêncial desconhecido, ao qual o mundo fecha os olhos e não exibe qualquer interesse em inspecioná-lo, ou mesmo pressionar para que o Estado israelense venha a se desfazer de tais artefatos que desequilibram de forma considerável a balança de poder no Oriente Médio.

Sinceramente, eu adoraria ver realmente a justiça internacional funcionar, á começar pelo julgamento do ex-presidente americano George W. Bush e seus parceiros na invasão do Iraque, o julgamamento e condenação de Israel pelos crimes contra a humanidade cometidos em Gaza, a condenação da Geórgia pelos crimes cometidos durante o ataque a Ossétia do Sul, isso só para citar alguns casos.

Mas como o mundo é movido por interesses econômicos e pelo poderio bélico, acredito que a chance de vermos a lei se aplicar a todos tem uma remota chance de ser contemplada, afinal quem somos nós meros cidadãos do mundo, que sustentamos nossos países e pagamos a conta de guerras insanas e atos de violência desmedida para cobrar consciência e justiça para todos?

Bem vou encerrar por aqui, pedindo apenas que se abra a visão para essa realidade que vos apresento, e passemos a ser mais ativos em nossos atos enquanto cidadãos que definem os rumos de nossos governos através de pequenos atos, começando pela consciência ao definir que irá conduzir a política de nossos governos.

texto de Angelo D. Nicolaci - Editor GeoPolítica Brasil