sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Brasil avança para ser "celeiro do mundo"


A liderança brasileira na produção agropecuária e o seu reconhecimento por mercados exigentes em todo o mundo, fez do país uma referência mundial. O Brasil é hoje o principal exportador mundial de "café, açúcar, etanol e suco de laranja e desponta no mercado de carnes bovina e de frango.

Nos últimos oito anos, as exportações do setor agropecuário cresceram 111%, passando de US$ 30,65 bilhões, em 2003, para US$ 64,78 bilhões, em 2009. O pico das vendas ocorreu em 2008, quando a balança comercial da agropecuária fechou o ano em US$ 71,84 bilhões, mas a previsão é que, em 2010, o total dessas vendas chegue a US$ 75 bilhões. Até novembro, as exportações de produtos agropecuários renderam ao país US$ 70,3 bilhões em divisas. Essa performance é 17,7% superior ao volume embarcado no mesmo período de 2009.

O agronegócio foi responsável por 42,5% das exportações brasileiras em 2009, e esse percentual só não foi o maior da história por conta da queda de 14% nos preços das commodities agrícolas devido à crise financeira internacional de 2008, que é apontada como a maior desde a quebra da Bolsa de Nova York, em 1929.

As exportações brasileiras agrícolas começaram a ampliar sua participação no total mundial a partir de 2003, quando o governo se propôs a dar ênfase à internacionalização do setor, com a geração de mais excedentes e ampliação do saldo da balança comercial. Em 2002, a participação do Brasil no comércio mundial total era de 1,2% e de 4,6% no comércio agrícola. Desde então, a fatia do país no setor agrícola aumentou. Foram 2,2 pontos percentuais para o agronegócio (6,8%) e 0,4 ponto (1,6%) em outros setores.

Nos últimos oito anos, as negociações internacionais experimentaram importância crescente. A agenda externa tornou-se mais proativa, a partir de missões frequentes e estratégicas organizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Juntamente com representantes de outros governos, foi possível negociar a abertura oficial de mercados, como o da carne de aves para Coreia do Sul e China, e carne suína para o Vietnã. Além disso, o país conquistou a reabertura do acesso da carne bovina à África do Sul, Chile e Rússia.

Além das políticas públicas para o aumento das exportações, o salto na atividade deve-se ao crescimento da procura por alimentos no mundo. Ampliação da renda, aumento populacional, expectativa de vida mais elevada e um forte processo de urbanização levaram ao atual cenário.

Entre 2007 e 2009, os três principais setores exportadores do agronegócio (soja, carnes e açúcar) foram responsáveis por 98,6% do aumento do valor das vendas internacionais. Isso significa que a concentração da pauta exportadora brasileira aumentou nos principais setores. O complexo soja, as carnes, o complexo sucroalcooleiro, o café e o fumo representaram mais de 80% do total de embarques em 2009.

O Brasil tem participação de mercado expressiva em alguns dos principais produtos agropecuários comercializados internacionalmente. Metade das exportações mundiais de frango in natura é proveniente do país. No caso do açúcar essa fatia atinge 37%, do fumo, 29%, do café verde, 26%, da soja em grãos, 25%, do óleo de soja, 24%, da carne bovina in natura, 21% e do farelo de soja, 20%.

Com a tendência de queda das taxas de crescimento populacional do Brasil e a concomitante expansão da produtividade, o excedente exportado poderá subir nos próximos anos, aumentando ainda mais a participação do país no comércio agrícola mundial.

Dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e a Alimentação (FAO) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostram que o setor agrícola brasileiro terá o maior crescimento do mundo, com mais de 40% de expansão até 2019.

As projeções para 2020, feitas em estudo da Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, apontam que o Brasil ocupará quase metade do mercado mundial de carnes bovina, suína e de aves. Dos atuais 37,4%, o percentual deve subir para 44,5% em dez anos.

O etanol deve despontar nos próximos anos na pauta exportadora, com expectativa de mais de 220%, passando de 4,6 bilhões para 15,1 bilhões de litros no período 2019/2020. A perspectiva é boa também para algodão (91,6%), leite (84,3%), carne bovina (82,8%), milho (80,3%) e carne de frango (71,5%).

FONTE: adaptado do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento http://www.agrosoft.org.br 12.17.2010