sábado, 31 de julho de 2010

Alguns dados comparativos dos governos FHC e Lula.

Geração de empregos:
FHC/Serra = 780 mil x Lula/Dilma = 12 milhões

Salário mínimo:
FHC/Serra = 64 dólares x Lula/Dilma = 290 dólares

Mobilidade social (brasileiros que deixaram a linha da pobreza):
FHC/Serra = 2 milhões x Lula/Dilma = 27 milhões

Risco Brasil:
FHC/Serra = 2.700 pontos x Lula/Dilma = 200 pontos

Dólar:
FHC/Serra = R$ 3,00 x Lula/Dilma = R$ 1,78

Reservas cambiais:
FHC/Serra = 185 bilhões de dólares negativos x Lula/Dilma = 239 bilhões de dólares positivos.

Relação crédito/PIB:
FHC/Serra = 14% x Lula/Dilma = 34%

Produção de automóveis:
FHC/Serra = queda de 20% x Lula/Dilma = aumento de 30%

Taxa de juros selic:
FHC/Serra = 27% x Lula/Dilma = 10,75%


E ainda o PSDB quer voltar para governar o Brasil a partir de 2011, não dá nem para pensar, pois a turma FHC/Serra é muito ruím.

Entendendo O REUNI –“ reestruturação e expansão das universidades federais”

O REUNI foi implementado através de um Decreto Regulamentar que apenas traça diretrizes para a implementação de aportes financeiros, sendo que tais aportes tem sua continuidade condicionada mediante a prestação de contas por parte das universidades.

Neste sentido, coube às universidades criar seus PRE - Programas de Reestruturação e Expansão, tendo como metas, além da taxa de conclusão de curso em 90% e aumento da relação professor aluno de 1/12 para 1/18:

I - redução das taxas de evasão, ocupação de vagas ociosas e aumento de vagas de ingresso, especialmente no período noturno;

II - ampliação da mobilidade estudantil, com a implantação de regimes curriculares e sistemas de títulos que possibilitem a construção de itinerários formativos, mediante o aproveitamento de créditos e a circulação de estudantes entre instituições, cursos e programas de educação superior;

III - revisão da estrutura acadêmica, com reorganização dos cursos de graduação e atualização de metodologias de ensino-aprendizagem, buscando a constante elevação da qualidade;

IV - diversificação das modalidades de graduação, preferencialmente não voltadas à profissionalização precoce e especializada;

V - ampliação de políticas de inclusão e assistência estudantil; e

VI - articulação da graduação com a pós-graduação e da educação superior com a educação básica.

Ocorre que muitos projetos foram bem elaborados pelas universidades em seus PREs, outros nem tanto. Obviamente existiram problemas, mas o avanço foi considerável para as universidades, até porque acompanhado disto vieram mais concursos públicos para professores.

A criação do Banco de Equivalência (Portaria Interministerial 22/07) também foi muito positiva. A reposição de vagas de professores pode ser feita com a troca de um professor por dois, ou dois por um, e o melhor, substitutos por efetivos, pois fora atribuída valoração a cada categoria de professores, fazendo com que a universidade ficasse menos engessada. Na prática, as universidades optaram por trocar substitutos por professores efetivos, o que obviamente foi muito positivo.

Observação: para entender melhor o banco veja mais informação: http://www.prh.ufrn.br/Legislacao_2008/apresentacao_professor_equivalente.ppt#1

texto extraído do blog do nassif

sexta-feira, 30 de julho de 2010

O analista econômico à esquerda

Não deixa de ser irônico que o analista econômico mais à esquerda — se é que cabe o termo — da grande imprensa brasileira seja um americano. Paul Krugman é publicado no Brasil porque ganhou um Nobel e escreve bem, mas está na contramão do pensamento econômico dominante do seu país, que é a opinião dominante por aqui também.

Critica o monetarismo clássico, os preceitos da escola de Chicago e os mitos do mercado autorregulador e ultimamente tem batido muito na opção da União Europeia de vencer sua crise atual com medidas de austeridade e cortes em gastos públicos — segundo ele um exemplo da velha prática perversa de fazer os pobres pagarem pelas lambanças dos ricos.

Krugman defende a ação dos governos para estimular economias e desobediência a todas as receitas de autoflagelação vendidas aos pobres como "responsabilidade fiscal" e sacrifício depurador. Quer dizer, é um estranho em dois mundos, o dos economistas ortodoxos americanos que ainda ditam a política do país, mesmo no governo do Baraca, e o dos economistas locais que seguem a linha americana.

Sem falar na estranheza de vê-lo publicado nos nossos principais jornais conservadores, no que também pode ser visto como uma admirável demonstração de pluralismo de enfoques.

observação: verificamos aqui com esse magnífico texto do Verissímo a contradição do PIG ( partido da imprensa golpista)


trechos do texto de Luís Fernando Veríssimo extraído do Portal Luís Nassif a partir do Blog de ContiBosso

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Desmistificando o apoio ao PROUNI

É errôneo que se diga que os estabelecimentos de ensino privado apoiaram o PROUNI, ou gostaram dele. A contrapartida que deve ser ofertada por estas entidades não os agradou, pois antes gozavam de isenção fiscal sem ter que dar contrapartidas.

Para quem não sabe, poucas são as universidades privadas em sentido estrito, ou seja, que podem ter lucro. Em regra temos as filantrópicas e as comunitárias, que já gozavam de uma série de benefícios e sem gerar contrapartidas reais. Obviamente iriam se insurgir contra uma MP que as obrigasse a dar a referida contrapartida.

Para que não reste dúvida sobre isto é só analisar a ADI 3330 - Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta pela Confenem - Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino contra o PROUNI, que tem a petição inicial feita pelo escritório de ninguém menos que Ives Gandra Martins. Quem é a favor de uma medida, ou acha que ela a beneficia não propoe uma ação dizendo que ela é inconstitucional.

No mesmo sentido veio o DEM, que propos outra ADI contra o PROUNI, a ADI 3314. Aliás seria uma boa o nosso Índio da Costa explicar porque seu partido é contra o PROUNI, já que ele é o responsável por trazer a juventude para a campanha do Serra.

Trecho do texto postado por Bruno Moreno do blog www.advivo.com.br/blog/luisnassif

domingo, 25 de julho de 2010

As eleições de 2010 e as de 1945

Pode até parecer esdrúxula, mas é nesse bojo que ouso fazer uma analogia entre a atual campanha à Presidência da República e a de 1945, pois ambas guardam alguns traços peculiares entre si.

Em 1945 Getúlio Vargas, detentor de popularidade que nenhum político brasileiro obtivera até então, apoiou o candidato do Partido Social Democrático a sua vaga. O nome deste candidato, Eurico Gaspar Dutra.

Dutra era general do Exercito e um sujeito tacanho, fleumático, provinciano, débil, néscio e desprovido de qualquer carisma. Seria não fosse o poderoso cabo eleitoral, um candidato fraco.

Pela oposição aglutinava-se em torno da União Democrática Nacional parte da intelectualidade brasileira de centro e direita, além de setores do mais fino conservadorismo tupiniquim. Grandes latifundiários e empresários, profissionais liberais e as viúvas da “República do Café com Leite”. Todos ciceroneando o Brigadeiro Eduardo Gomes, presidenciável da UDN.

Eduardo Gomes era o inverso de Dutra. Herói nacional, um dos sobreviventes do “18 do Forte”, simpático, carismático, católico fervoroso e ainda por cima ‘boa pinta’ – solteiro, conquistou o voto de muitas mulheres graças ao porte garboso.
Eduardo Gomes era tido e havido como franco favorito.

Todavia a popularidade de Getúlio, sobretudo entre as classes mais baixas, levou Dutra à vitória com 55% dos votos válidos, enquanto o Brigadeiro teve apenas 35%.

Claro que qualquer analogia ente o Brasil de 1945 e o de hoje, entre Getúlio e Lula ou entre Dutra e Dilma é forçar a barra. Porém, as forças que envergam as candidaturas – Serra de um lado, Dilma de outro – a popularidade de Lula e, o mais importante, a identificação que o povo brasileiro tem para com ele, me levam a crer que, embora os cenários sejam diversos, há também espaço para muitas semelhanças.

Dilma está muito mais preparada para eventualmente assumir a Presidência da República do que Dutra estava em 1945. O país hoje conta – dento daquilo que Mcpherson chama de democracia formal – com instituições bem mais sólidas e preparadas que àquelas relegadas pelo Estado Novo.

Já nas semelhanças, Dilma representa a continuidade como Dutra representava – dum modelo de nacional desenvolvimentismo adaptado para a conjuntura do século XXI. Já Serra representa as elites atadas aos interesses internacionais de uma ordem (neoliberal) que ruiu em todo o planeta – assim como Eduardo Gomes representava um Brasil amarrado ao passado meramente exportador de matérias primas, não por acaso Roberto Campos era um dos intelectuais preferidos da UDN.

A identificação do trabalhador brasileiro para com o Presidente Lula poderá levar Dilma Rousseff, a mulher de confiança de Lula desde a crise do ‘mensalão’, a uma vitória sobre as forças políticas atadas a um Brasil que jamais serviu aos trabalhadores.

Texto de Hudson Luiz Vilas Boas com adaptações

Na imagem abaixo, dá pra ver o desespero de Serra. Agora ele diz que é do PT!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Crimes de guerra: escravas sexuais no Iraque e no Afeganistão

Uma menina iraquiana de 12 anos é obrigada a se prostituir nos subsolos de Bagdá, enquanto os guardas privados norte-americanos fazem uma coleta de poucos dólares e fazem fila. As moças são recrutadas no Leste Europeu com a promessa de um trabalho como doméstica em Dubai e depois dali são desviadas e segregadas ao coração do Iraque.

É severamente proibido que os contratantes ou funcionários do governo se tornem responsáveis pelo tráfico sexual nas zonas de guerra. Qualquer um que se torne responsável pelo tráfico sexual será suspenso do cargo. Quem for surpreendido em tráfico sexual será denunciado às autoridades. Os resultados? "Não há nenhum processo aberto", diz a ex-detetive do Human Rights Watch, Martina Venderberg. "Enfim, não há vontade de fazer com que se respeite a lei".

A vergonha foi descoberta por uma investigação do Center for Public Integrity, publicada neste domingo pelo Washington Post. E os contratantes da ex-Blackwater acabaram sob acusação: o grupo privado já tristemente famoso pelos massacres de civis no Iraque. A empresa goza de uma fama tão ruim que, para voltar a trabalhar hoje, mudou de marca e se chama Xe Service.

Um ex-guarda conta que não quer revelar o nome por medo de represálias: "Eu mesmo vi guardas mais velhos recolherem dinheiro, enquanto moças iraquianas, dentre as quais meninas de 12 e 13 anos, se prostituíam". O guarda diz também que denunciou tudo ao seu superior, mas que "nenhum procedimento foi tomado: me entristece só de falar nisso".

De fato, quem não se entristece é a porta-voz da ex-Blackwater, Stacy De Luke, que, no Washington Post, nega "com força essas acusações anônimas e sem provas: a política da empresa proíbe o tráfico humano". Claro.

O caso das trabalhadores do leste que pensam em voar para Dubai e acabam no Iraque foi descoberto por uma jornalista freelancer. Aqui, a organização era muito mais acurada. Um verdadeiro tráfico organizado por subcontratantes que trabalham para o Exército e para o Exchange Service da Aeronáutica: nome que deveria indicar o escritório que se ocupa de organizar o serviço de restaurantes, mas que evidentemente também se ocupa de outras coisas. Assim que aterrizam, as pobrezinhas são privadas do passaporte.

A fábrica do sexo é ainda mais sólida no Afeganistão. Lá, há quatro anos, uma centena de chinesas foram libertadas em uma série de blitzes que, ao invés do Talibã, atingiram os bordéis. Mas o tráfico continuou. Com a "aquisição" de uma mulher por 20 mil dólares, um empresário do ArmorGroup, a empresa que, até pouco tempo atrás, se ocupava da segurança da embaixada norte-americana em Kabul, se orgulhava de poder organizar um tráfico rentável.

A investigação que iniciou rapidamente chegou ao altos níveis do FBI. Mas parou por aqui. Os federais defendem que não tiveram meios suficientes. Nas zonas de guerra, enfileiraram-se cerca de 40 agentes, mas eles já têm muito a fazer ao se ocupar de fraudes e corrupção.

Mas os ativistas dos direitos humanos têm uma outra explicação: a verdade é que as autoridades preferem fechar um olho. Diz Christopher H. Smith, deputado e autor de uma lei antitráfico, para a crônica republicana: como é possível tolerar que essa gente possa explorar as mulheres com o dinheiro que nós pagamos?

Fonte: Carta Maior

domingo, 18 de julho de 2010

O monstro da vaidade


A vaidade é um monstro de olhos faiscantes que transforma as suas vítimas em estátuas de pedra.

Estátuas frias, sem alma, tão artificiais quanto pode ser um mero simulacro de ser de carne e osso ao se despir da originalidade intrínseca de cada um.

Ela pulsa dentro de nós, a vaidade, com a sua sede insaciável por transformar aqueles que a acalentam naquilo que gostariam que os outros achassem que são, não bastando jamais ao vaidoso a ciência de que é ao menos parecido com o que gostaria de ser.

Como enxergar através desse véu? Como podemos não nos expor ao ridículo por força desse ímpeto que beira o incontrolável? Há que ficarmos atentos. A autocrítica é imprescindível. Quando a deixamos de lado, caminhamos para o desastre.

Aos que acham que atingiram os píncaros do sucesso e da glória, conviria um conselheiro a sussurrar-lhes ao ouvido: “você é apenas um ser humano”. Mas ninguém presta esse serviço ao vaidoso, até para castigá-lo por sua insensatez. É um erro, porque a vaidade enlouquece.

O valoroso não precisa provar o que vale. Não é aumentado por estar aqui ou ali, ao lado, abaixo ou acima deste ou daquele, porque as suas qualidades falam o que as suas palavras não citam.

O verdadeiro valor não é ruidoso, não chama atenção para o próprio exterior, porque os seus predicados residem-lhe no âmago, sendo conhecidos só por aqueles que buscam a verdadeira natureza das coisas.

Diante da vaidade própria ou de outrem, adote a serenidade profética dos que entendem que a verdade é uma força da natureza irrefreável como o fluxo das marés ou como os ventos estelares do cosmo infinito, e que, portanto, acaba revelando o valor verdadeiro tanto quanto o artificial.

E ante a hipótese nada improvável de que não seja reconhecido em vida, contente-se com a certeza de que a história sempre acaba fazendo justiça, pois as farsas que produzem para enganá-la se esfarelam com o tempo, enquanto que a verdade tem a perenidade dos diamantes.

Fonte: www.blogcidadania.com.br

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Trem-bala e Mentira do candidato à presidente Serra do PSDB

Hoje à Agência Reuters, o candidato José Serra questionou o uso de dinheiro público na construção do Trem de Alta Velocidade (TAV) entre o Rio de Janeiro e São Paulo.

O edital de licitação lançado essa semana, prevê a participação do BNDES no financiamento de 60,3% da obra, o que irá representar a disponibilidade de R$ 20 bilhões pelo banco, do total de R$ 33,1 bilhões previstos para o projeto.

Segundo o candidato do PSDB, "com 35 bilhões (de reais) você pode triplicar o metrô do Rio, fazer em Recife, Fortaleza, Belo Horizonte e Salvador, que está parado. Em São Paulo, também é insuficiente (o metrô)". Serra, acrescentou que os recursos estimados para o trem-bala poderiam ainda ser usados em obras rodoviárias.

Essa é uma afirmação diversionista, pois o trem-bala não está tirando verba pública de outras obras de infraestrura de transporte. E ele, como gestor, sabe bem disso.

É um factóide parecido com o usado pelo então candidato Geraldo Alckmin em 2006. Naquele momento, o estado de São Paulo enfrentava dificuldades de conseguir financiamento do BNDES para a ampliação do metrô e acusava o governo federal de atrapalhar o estado com fins eleitoreiros.

Mas aí vale lembrar que no Brasil existe a Lei de Responsabilidade Fiscal, que exige dos entes públicos que tenham capacidade de se financiar. Assim como eu e você precisamos apresentar garantias na tomada de um empréstimo bancário, governos e estatais precisam provar que têm saúde financeira.

Em 2007, o ministro Guido Mantega aumentou o limite do endividamento paulista, o que permitiu o financiamento e a ampliação do metrô paulistano. E foi muito criticado pela imprensa liberal( Folha S.Paulo, ESTADÃO e outros).

A verba que financiará o trem-bala não faltará aos estados que queiram ampliar metrôs e estradas. Na verdade o BNDES dispõe de capacidade financeira para tal, mas, como banco de desenvolvimento, não pode desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Ainda bem que o candidato também lembrou que "nessa campanha se criou uma nova profissão, os profissionais da mentira. É mentira, mentira, mentira, pra gente ficar desmentido a mentira." E o José Serra é professor na arte de mentir.

Texto de ALEXANDRE PORTO www.aleporto.com.br

quarta-feira, 14 de julho de 2010

A redução do % de miseráveis no Brasil


O gráfico feito pela FGV-RJ com base nos dados do IBGE demonstra o desastre do Governo FHC-PSDB no combate à miséria no Brasil.

Pode se observar a linha de estabilidade entre 1994 e 2002, período em que fomos governado pelo "príncipe dos sociólogos", FHC. De 2003 a 2009 é o período do Governo Lula-PT. Veja também o vídeo abaixo "da Globo News" sobre o assunto.

Fontes: blog do paulotadeuarcadia e blog do nassif

segunda-feira, 12 de julho de 2010

A polêmica do preço dos pedágios paulista continua

Com os preços abusivos das praças de pedágios e a quantidade de praças de cobrança aumentando em escala exorbitante, os usuários começam a reclamar cada vez mais, com isso o assunto toma corpo na mídia.

Os candidatos Serra-PSDB a presidente e Alckmin-PSDB a governador para SP já não rezam pela mesma cartilha nesse assunto.

Eles se acusam no tocante aos preços abusivos e números de praças de pedágios.

Vejam um filme divulgado na TV transamérica.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

ESCOLA É EMPRESA?

O marketing educacional não pode e não deve ferir princípios. Quando bem feito, é o oposto disso. O que se faz é escolher um posicionamento de mercado que valorize os princípios da instituição.

Quanto ao produto acadêmico, nenhum profissional de marketing quer ter nas mãos um produto ruim. O marketing só tem a acrescentar, adicionar em qualidade e não reduzi-la.

Algumas instituições escolares relutam em chamar o aluno(e/ou sua família) de cliente. Quando alguém procura um cirurgião plástico, por exemplo, quer uma clínica bem montada, um preço justo e um profissional gabaritado. E sabe que vai sentir dor. Que vai ter um pós-operatório muitas vezes desconfortável.

Com escola, é a mesma coisa. As instalações e o atendimento devem ser impecáveis. E isso não tem nada a ver com não cobrar o esforço do aluno. Ele tem que saber que vai ter que estudar. Portanto, é cliente sim. Só não é dentro da sala de aula, onde é aluno. Ou na sala de cirurgia, onde é paciente.

O preconceito existe por isso, por conta de uma enorme confusão e desconhecimento do que é marketing. O mundo acadêmico puro acha que o marketing é dispensável, que é uma atividade menor, que vai interferir na relação professor/aluno.

O marketing existe para azeitar a relação do aluno/família com a escola, do consumidor com o produto e assim por diante. Existe para surpreender, para “quebrar o gelo”. Para satisfazer mais os clientes. Nunca para dificultar a relação ou piorar um produto.

Quebrar essas barreiras é um processo lento de conhecimento e convencimento. Quando os “mestres” percebem o quanto o marketing pode agregar, a coisa vai muito bem. Até porque eles têm um imenso valor, e quando os resultados aparecem são também beneficiários do trabalho executado através do Marketing Educacional. Colocar mais alunos (e alunos mais satisfeitos) dentro da sala de aula é uma coisa apreciada por todos.

Observe que nos países que deram certo, sabe-se o que as empresas querem vender. E o que os consumidores querem comprar. E que não há nada de mal nisso, desde que o que está sendo vendido seja lícito. É uma relação mais natural. E vale ressaltar que a escola está, sim, submetida aos imperativos econômicos.

A escola pode ser chamada de muitas coisas. Mas, se for particular, será sempre uma empresa. E empresas precisam de clientes e de receita. E, por isto, têm que satisfazer os anseios de seus consumidores. O que não é justo e correto é prometer uma “cirurgia sem dor”. Isso não seria medicina. Seria charlatanismo.


Texto original de Cláudio Gonçalves,extraído(com modicações) da revista Gestão Escolar

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Você tem as competências essenciais para uma boa liderança?

Geralmente, espera-se desse profissional eficiência em dirigir uma equipe, conquistar os melhores resultados para a empresa, manter um ambiente saudável e harmonioso, além de ter o respeito de seus liderados.

O coach Paulo Roberto de Souza, especialista em gestão pessoal, destaca que a principais características do líder, para realizar suas atividades com eficiência, está em desenvolver pessoas.

"Uma pessoa que está nesta posição pode ajudar a facilitar ao máximo o alcance dos objetivos por parte dos funcionários”.

“Mais do que se preocupar em fazer, o líder deve se ocupar de conseguir que sua equipe consiga produzir, sem dependência, que se tornem pessoas responsáveis, ou seja, que conduzam suas tarefas adequadamente, sem necessidade de conselhos e acompanhamento próximo e que atinjam seus objetivos".

Contudo, muitos profissionais se questionam sobre quais as habilidades que uma pessoa deve ter para liderar com sucesso.

A CarrerLab, consultoria norte-americana especializada em carreira e liderança, elaborou um teste simples que avalia as competências essências, ou seja, as habilidades para um profissional ter uma boa liderança. De acordo com William S. Frank, presidente e CEO da CareerLab, todos podem se tornar líderes em suas áreas, mas para isso é preciso praticar. "Qualquer um poderá, com interesse e dedicação, desenvolver as habilidades para um bom líder. Para isso, é preciso praticar e aprender algumas habilidades para essa função."

E você? Acha que possui as competências essências para ter uma boa liderança? Faça o teste, da consultoria CarreerLab e avalie sua capacidade de liderar.

Teste
Abaixo existem 10 habilidades e cada uma vale 10 pontos. Caso sinta que possui uma competência totalmente desenvolvida em alguma determinada habilidade, some 10 pontos. Caso considere que essa habilidade não é completamente desenvolvida, não some os pontos.

Visionário.
Criam uma visão, ou seja, pensam no futuro da sua empresa. Esses líderes podem melhorar a qualidade e a aceitação da visão de parceria com seus colegas, a equipe de executivos, funcionários-chave de toda a organização ou consultores externos. Esse profissional procura novas ideias e apoia às pessoas que ajudam a criar essas propostas.

Inspirador.
Uma vez que a visão está estabelecida, os grandes líderes são capazes de inspirar todos na empresa para obter o resultado que a empresa espera. Esta inspiração se estende a clientes, investidores, fornecedores, órgãos de administração e todos os outros intervenientes.
Isso não significa que os bons líderes têm de ser carismáticos ou grandes oradores públicos, embora alguns sejam. Os líderes podem inspirar pelo exemplo, ou de forma discreta. Cada palavra e ação demonstram a sua paixão para a visão.

Estratégico.
Profissionais que são claros nos seus argumentos e enfrentam diretamente as forças e fraquezas das suas próprias organizações, bem como as suas oportunidades e ameaças externas. Eles pensam em termos de alavancagem, de "pesca onde os peixes são grandes" e de parceria para ganhar vantagem no mercado. Apesar de ter interesse em uma venda, eles preferem criar alianças estratégicas que geram milhares, ou centenas de milhares de vendas.

Táticos.
Os líderes com esse perfil são orientados para linha de fundo e, extraordinariamente, comprometidos com resultados. Eles prosperam em fatos, números, "números" e dados. São estão interessados em ROI, ROE e EBIDTA, por exemplo. Se os números não são o seu forte, se cercam de talentos em finanças.

Focalizado.
Uma vez que a visão e a missão (uma declaração breve, clara das razões para a existência de uma organização) são estabelecidas, esses líderes focam nos objetivos propostos e exigidos em suas tarefas.
Líderes com 20 prioridades (sem foco), essencialmente, não têm prioridades e passam a conviver com problemas para a realização de suas tarefas.

Persuasivo.
Não são necessariamente vendedores, mas profissionais com esse perfil, são capazes de levar outras pessoas para o seu ponto de vista usando a lógica, razão, emoção e força de suas personalidades. Eles motivam pela persuasão, em vez de intimidação. A chave aqui é o líder falando de seu coração.

Agradável.
Bons líderes são centrados nas pessoas. Eles podem ser cientistas, engenheiros e técnicos de formação, mas reconhecem as habilidades interpessoais de seus liderados. Eles exibem um alto grau de inteligência emocional e possuem simpatia.

Decisivos.
São aqueles que podem tomar decisões rapidamente - muitas vezes com dados incompletos. Raramente um líder é capaz de obter 100 % da informação necessária para uma decisão. Normalmente são "60 %" ou "80 %".

Ética.
Liderança é baseada em princípios. Estabelecem expectativas claras de desempenho e as pessoas responsáveis. Isso requer que sejam diretos e verdadeiros. Sabem que é difícil bater a verdade.

Aberto a comentários.
São abertos e dedicados à aprendizagem ao longo da vida. Buscam feedback sobre seu desempenho através de conversas diretas e ferramentas de objetivo, tais como opiniões diversas. Profissionais com esse perfil, ao buscarem a melhoria contínua em suas empresas, acham melhorias para si próprios.

Resultado
• Pontuação 70 ou mais - Você está na faixa de destino e possui as características de um bom líder.
• Pontuação Inferior a 70 - Você possui algumas deficiências para essa função de liderança. Procure desenvolver e treinar as habilidades que ainda não são o seu forte.

Use os seus resultados para criar um plano de desenvolvimento para sua carreira. Em outras palavras, se você está carente em alguma determinada competência, procure mentores, formação e coaching para escorar sua fraqueza. No entanto, o mais importante é aproveitar seus pontos fortes.

O teste foi divulgado pelo jornal norte-americano Denver Business Journal
Fonte : por Fábio Bandeira de Mello, www.administradores.com.br

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Maior parte das escolas públicas ficam abaixo da média do Ideb

No ano passado, a maioria das escolas (56,2%) teve notas abaixo da média nacional do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb - 2009) para os primeiros anos do ensino fundamental. O índice ficou em 4,6 pontos, em uma escala que vai de 0 a 10. Em 2009, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) avaliou o desempenho de 43,4 mil instituições de ensino públicas.

Entre os locais avaliados, 57,6% conseguiram atingir as metas estabelecidas para as séries iniciais. Outras 20% não conseguiram alcançar suas metas e 22,38% não tinham metas estabelecidas, por não terem participado da avaliação em 2005, quando o Ideb começou a ser instituído.

O Ideb é calculado a cada dois anos e serve para avaliar a qualidade do ensino público no País. Cada escola tem uma meta e recebe uma nota, levando em conta o rendimento escolar e as notas obtidas pelos alunos na Prova Brasil.

Ao criar o Ideb, o Inep estabeleceu metas de qualidade que devem ser atingidas pelo país, pelos estados, municípios e pelas escolas. Assim, levando em conta a realidade de cada local, cada instância deve evoluir de forma a contribuir para que o Brasil atinja a média 6 em 2021, que é o patamar dos países mais desenvolvidos.

A nota mais baixa registrada entre as escolas foi 0,2, atingida pela Escola Estadual Jovem Protagonista, que fica em Belo Horizonte. Em seguida, aparecem às escolas municipais Firmo Santino da Silva, em Alagoa Grande (PB), Professor Francisco de Assis Cavalcanti, em Natal (RN) e Boa União, em Eunápolis (BA), todas com nota 0,5.

As três escolas com notas mais altas são de Cajuru (SP), o mesmo município que ficou em primeiro lugar na última avaliação do Ideb. A escola Aparecida Elias Draibe ficou com nota 9, e as escolas André Ruggeri e Dom Bosco tiraram 8,8.

www.terra.com.br 05/07/2010 Fonte: agência brasil

domingo, 4 de julho de 2010

Serra faz propaganda enganosa usando o FAT e o Seguro Desemprego

A campanha de José Serra (PSDB) tem batido na tecla de que foi ele o responsável pela emenda à Constituinte que propiciou a criação do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e que ele também teria sido o grande responsável pela criação do Seguro Desemprego. “Foi o Serra que criou o maior patrimônio dos trabalhadores brasileiros, o FAT, Fundo de Amparo ao Trabalhador. Ele criou também o Seguro desemprego”, repetiu várias vezes o locutor do programa do PSDB, levado ao ar esta semana na TV.

Mas, a realidade dos fatos não confirma as afirmações de José Serra e nem as de sua campanha.

O Seguro Desemprego não teve nada a ver com sua atuação parlamentar. Ele foi criado pelo decreto presidencial nº 2.283 de 27 de fevereiro de 1986, assinado pelo então presidente José Sarney. O seguro começou a ser pago imediatamente após a assinatura do decreto presidencial. O ex-presidente José Sarney já havia desmentido as declarações do tucano em relação ao Seguro Desemprego. “Não sei de onde ele [Serra] tirou que criou o seguro-desemprego. O seguro foi criado no meu governo. Na época, ele [Serra] era secretário de Economia e Planejamento do governador Franco Montoro”, explicou o senador.

Fomos então depois pesquisar a data exata da criação do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) já que Serra diz que foi uma emenda sua que propiciou a criação do fundo. Está lá nos anais da Câmara. O FAT foi criado pelo Projeto de Lei nº 991, de 1988, de autoria do deputado Jorge Uequed (PMDB-RS).
O projeto diz textualmente : “DISCIPLINA A CONCESSÃO DO SEGURO DESEMPREGO, NA FORMA QUE ESPECIFICA, E DETERMINA OUTRAS PROVIDÊNCIAS. NOVA EMENTA: REGULA O PROGRAMA DO SEGURO DESEMPREGO, O ABONO SALARIAL, INSTITUI O FUNDO DE AMPARO AO TRABALHADOR - FAT, E DA OUTRAS PROVIDENCIAS”.

Como José Serra seguia insistindo em afirmar que foi ele o autor da lei que criou o FAT, fizemos então uma extensa pesquisa nos arquivos da Câmara dos Deputados da década de 80 e 90. Lá confirmamos que José Serra não está falando a verdade. Ele apresentou o projeto de lei nº 2.250, de 1989, com o objetivo de criar o Fundo de Amparo ao Trabalhador. Foi apresentado em 1989. Portanto, não foi na Constituinte, como ele diz. O seu projeto tramitou na casa e foi considerado PREJUDICADO pelo plenário da Câmara dos Deputados na sessão do dia 13 de dezembro de 1989. O resultado da tramitação pode ser visto no link abaixo, da Câmara Federal: (www.camara.gov.br/internet/sileg/Prop_Detalhe.asp?id=201454) . Os deputados consideraram o projeto prejudicado pelo fato de já ter sido apresentado o PL 991/1988, de autoria do deputado Jorge Uequed (PMDB). Ou seja, um ano antes de Serra já havia a proposta de criação do FAT.

Nem o FAT foi criado por Serra e nem o Seguro Desemprego “saiu do papel” por suas mãos, como afirma a sua propaganda. A campanha tucana sobre Serra ter criado o FAT e “vestir a camisa do trabalhador” está, portanto, toda ela baseada numa farsa e numa mentira.


Escrito por Sérgio Cruz/Hora do Povo Fonte blog: amigosdopresidentelula.blogspot.com

sexta-feira, 2 de julho de 2010

A mentira do Merval Pereira "da Globo"


Merval Pereira escreveu hoje no Globo que: "Em dezembro deste ano, o endividamento chegará ao recorde de R$ 2,2 trilhões, correspondente a 64,4% do PIB. Em 2000, a dívida era de 52,7% do PIB".

Isso tudo para tentar vender a idéia de que a política fiscal do governo Lula é irresponsável e que vai deixar uma herança maldita para seu sucessor. Essa afirmação é uma clara confusão premeditada que mistura os conceitos de Dívida Líquida e Bruta. Vamos entender com um texto oficial do Banco Central de 2003.

A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) abrange o total das dívidas de responsabilidade dos governos federal, estaduais e municipais (incluindo administração direta e indireta e o INSS) junto ao setor privado, ao setor público financeiro, ao Banco Central do Brasil (BCB) e ao resto do mundo. Os créditos representados por títulos públicos que se encontram em poder dos órgãos da administração direta e indireta e dos fundos públicos não integram a dívida bruta.

Pois bem, em dezembro de 2002, a Dívida Bruta do Governo Geral totalizou R$1.132,9 bilhões, equivalentes a 72,7% do PIB e não 52,7% como insinua Merval. Esse percentual se refere, à Dívida Líquida e não à Dívida Bruta.

A Dívida Líquida do Governo Geral é o balanço entre os créditos e os débitos dos governos federal, estaduais e municipais. Em dezembro de 2002, a Dívida Líquida do Governo Geral totalizou R$859,7 bilhões, ou 55,2% do PIB. A Dívida Líquida do Setor Público Consolidado (DLSP), que inclui os governos federal, estaduais e municipais, o Banco Central do Brasil, a Previdência Social e as empresas estatais, totalizou R$881,1 bilhões em dezembro de 2002 (56,5% do PIB).

Na verdade, a Dívida Líquida caiu de 56% em 2002 para 41% em 2010, uma demonstração clara da sustentabilidade da política fiscal. É exemplo para o mundo derretendo em políticas anticíclicas suicidas e o Risco País, na casa dos 200 pontos, não me deixa mentir.

Merval Pereira entende tanto de política fiscal quanto eu de rugby.

Fonte blog: www.aleporto.com.br de Alexandre Porto

quinta-feira, 1 de julho de 2010

O jeito paulista de fazer política

1-Auto-suficiência
Todo político paulista acredita que nasceu para ser governante do país. Sendo poder em São Paulo, não haveria motivos para não dirigir o país. Afinal, São Paulo é a sexta maior cidade do planeta; tinha o maior acervo de cobras do país (acabou sofrendo o maior incêndio contra o maior acervo de cobras do país); centro corporativo e financeiro da América Latina; é a décima cidade mais rica do planeta; maior população do Brasil; maior registro de migrantes; motor econômico, responsável por 1/3 do PIB nacional. Todos estes dados são ouvidos pelos paulistas desde que nascem. Imaginem o que as mães dos políticos falam para eles desde pequenos? Paulista dificilmente pensa nos outros Estados como iguais. Há, é verdade, uma ponta de inveja em relação aos cariocas, com seu charme praiano. Se um carioca tiver interesse em provocar um paulista, basta dizer que paulista trabalha para carioca poder aproveitar a praia;

2-Arrogância
A conseqüência natural de todo pensamento acima é uma arrogância espontânea de todo político paulista, independente de partido. De Maluf à Marta Suplicy, passando por Serra e FHC, todos destilam este olhar altivo, sempre mirando acima do ombro do interlocutor. Não fala com dúvida. Paulista dificilmente tem alguma dúvida sobre qualquer assunto que diz respeito ao Brasil. A fala é meio que definitiva. Afinal, o Estado sempre deu certo. Há, em toda fala de político paulista, algo de pensamento linear do antigo conceito de progresso. São Paulo, evidentemente, estaria na linha final do progresso. Todos outros Estados estariam abaixo do ranking, tentando chegar ao que São Paulo já é;

3- Ética do Sucesso
Até aqui, político paulista parece uma ave de rapina, olhando fixo para sua presa. Mas é aparência. Paulista sofre consigo mesmo. Ele é seu principal inimigo. Todo paulista procura o sucesso. Sem sucesso é visto como fracasso. Não há meio termo. É fundamental que seja o primeiro em algo. Daí político paulista ter sido sempre o primeiro a construir ou criar algo. O sofrimento é atroz porque é preciso assistir todos os filmes comentados por críticos, todos os jogos de futebol transmitidos pelos canais a cabo (não vale canal aberto), fazer todas as coleções da revista Caras, reproduzir sem gaguejar o obituário do dia anterior, saber os shows de rock que São Paulo sediará nos próximos cinco anos e assim por diante. Um sofrimento. Tempo é dinheiro ou sucesso. Não existe possibilidade de beber uma cerveja com um amigo depois do expediente sem que não ocorra alguma disputa enciclopédica. Mesmo que seja para discorrer sobre todas as cervejas do mundo, seus diversos sabores e harmonização;

4-Disponibilidade total para a guerra
O sucesso no encalço faz do político paulista um guerreiro. Sempre está preparado para o ataque, desde o primeiro "bom dia". A derrota, assim como para o norte-americano, é declaração de incompetência. É sofrido. Acreditem;

5- Força com pouca astúcia
Como sempre está preparado para o ataque, a força é sempre mais cortejada e valorizada por um político paulista que a astúcia. Para que, afinal, perder tempo? Trata-se da fase anterior à Maquiavel, quando os romanos acreditavam que virtú significava virilidade. Daí o jeito masculinizado de fazer política. Todo político paulista escamoteia para não revelar seu lado agressivo e guerreiro. Como escamotear é perda de tempo, não conseguem iludir por muito tempo. Não que não saibam encenar – afinal, "todo ator paulista é melhor" -, mas tem hora para tudo;

6- Estresse
Todos os pontos anteriores deságuam no estresse extremo. Político paulista à altura do nome é sempre estressado, dorme pouco, memoriza todos os dados, não improvisa, está sempre atrasado (porque dá a sensação que sempre faz muita coisa importante que o atrasa), deveria comer melhor (mas não tem tempo para questões secundárias), poderia ter tirado 10 ao invés de 9,75 e assim por diante. As olheiras são um adorno que prova que é paulista da gema;

7- Ansiedade travestida de racionalidade
Todo político paulista é ansioso. Mas como bom paulista, não pode revelar este traço de falibilidade. Assim, a ansiedade ganha uma vestimenta providencial: o de racionalidade. Quem é racional não gosta de firulas. É direto, objetivo, "doa a quem doer". Tem algo de gente que parece pouco educada, pouco afável. Não é o que parece. É ansiedade. Paulista tem que correr atrás do sucesso. E, lembre-se: assim que atingir o sucesso almejado, começa nova campanha (já que o sucesso passa a subir de patamar!);

8- Impessoalidade
Tal ansiedade-racionalidade leva à total impessoalidade. Cheira a populismo e falta de tempo o sorriso. Graça ou humor é infantilismo. Perda de tempo. Dizer bom dia ou boa noite é perda de tempo. Ser delicado é perda de tempo. Seria um preâmbulo desnecessário. O foco é o sucesso. Tudo tem que ser muito prático e objetivo. Para político paulista, às vezes o fim justifica os meios. Lembrar de um nome e do passado vale a pena se leva a ganhar pontos no presente e futuro. Caso contrário, é perda de tempo;

9- Corrida contra o tempo
Por este motivo, o tempo é mais veloz para os paulistas. Sempre falta tempo. E o trânsito ainda ajuda a potencializar esta sensação. A conquista do sucesso (e a ansiedade) aumenta a correria. Por este motivo é sempre difícil caminhar com um paulista. Se for paulistano é quase impossível. Em pouco tempo dá a sensação que estamos disputando uma maratona. E, às vezes, o que parece é o que é;

10- Demonstrações públicas
Por tudo o que se disse anteriormente, político paulista é o mais performático de todos brasileiros. Tudo se faz em público. Lembro de Jânio Quadros jogando o livro que Franco Montoro acabara de ler, em pleno debate na televisão. Recordo de Suplicy levantando o cartão vermelho no Senado. Até o ataque ao adversário do mesmo partido tem que ser performático. Porque é preciso que todos saibam do poder que se tem. O político paulista até sabe que não seria bom revelar o quanto é agressivo e competitivo. Mas não consegue se conter. É por demais saboroso o gosto da vitória.


Texto de Rudá Ricci extraído do portal www.advivo.com.br/blog/luisnassif/, com algumas modificações

observação: eu sou paulista, filho de paulistas, neto de paulistas